Justiça Federal determina o fim da greve de PMs na Bahia
Multa em caso de não cumprimento é de R$ 1,4 milhão
A Justiça Federal determinou nesta quinta-feira, 17, o fim imediato da greve dos Policiais Militares da Bahia, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 1,4 milhão, a pedido do Ministério Público Federal (MPF).
A Justiça determinou ainda o bloqueio de bens do principal líder do movimento, o policial bombeiro, Marco Prisco, e das seis associações representativas da corporação, envolvidas na paralisação, e de seus dirigentes. O bloqueio dos bens visa garantir o ressarcimento dos prejuízos causados aos cofres públicos, a exemplo do envio da Força Nacional de Segurança Pública para o estado.
Números oficiais da Secretaria de Segurança Pública (SSP) registram 39 homicídios em Salvador e região metropolitana da Bahia desde o início da greve, na terça-feira, 15. Segundo a SSP, entre esses casos estão o de dois policiais assasinados nos bairros de Boa Vista do Lobato e Pau da Lima, periferia da capital baiana. A secretaria acredita que esse número pode aumentar no decorrer do dia.
São grandes as expectativas quanto à possibilidade de encerramento, já nesta quinta, da greve, iniciada na noite de terça-feira, 15. Uma reunião realizada no final da manhã, na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas, em Salvador, entre representantes das associações que representam a corporação e o Comando Geral da PM, com intermediação do Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, pode ter chegado a um consenso.
Na saída da reunião, o comandante geral da PM, Alfredo Castro, afirmou ter sido fechado um acordo. A proposta está sendo levada, pelos líderes grevistas, para ser discutida com a corporação, em assembleia, nesta tarde. Os policiais militares estão reunidos em uma casa de eventos.
Com a paralisação da PM, lojas e supermercados foram arrombados e saqueados. A greve também chegou a afetar a circulação de ônibus em Salvador.
Esta é a segunda greve da PM que o governador Jaques Wagner enfrenta. A anterior, entre janeiro e fevereiro de 2012, durou 12 dias, e foi marcada pela ocupação da Assembleia Legislativa pelos policiais, pelo registro de mais de 100 homicídios no período e por arrastões e ondas de saques a estabelecimentos por todo o Estado.