Justiça Federal arquiva inquérito contra ex-chefe da Casa Civil

A ex-ministra, braço-direito da atual presidente na época, era suspeita de tráfico de influência no governo Lula

Fonte: G1

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A Justiça Federal em Brasília acatou recomendação do Ministério Público Federal (MPF) e arquivou o inquérito que apurava suposto tráfico de influência na Casa Civil durante a gestão da ex-ministra E.G.. A decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal, foi decretada na última sexta-feira (20), um ano e nove meses após a abertura das investigações.


Braço-direito de Dilma Rousseff à época em que a presidente comandou a Casa Civil, E.G. sucedeu a petista na pasta às vésperas da campanha presidencial de 2010. À frente do principal ministério do governo, E.G. se tornou alvo de uma série de denúncias de suposto favorecimento de empresas em troca de propina. As suspeitas também atingiram servidores da Casa Civil e o filho da ex-ministra Israel Guerra, empresário do setor de consultorias.


Desgastada pelas denúncias, E.G. acabou deixando o cargo em 16 de setembro de 2010, em meio à disputa eleitoral. A ex-ministra, contudo, sempre negou as acusações contra ela. Na nota em que comunicou seu afastamento da Casa Civil, ela afirmou que deixava o cargo para ter "paz e tempo" para se defender e colocou à disposição seus sigilos telefônico, bancário e fiscal.


O parecer da procuradora da República Luciana Marcelino, que sugeriu o arquivamento do inquérito com oito volumes, foi apresentado à Justiça Federal no dia 10 de julho.


Segundo o advogado da ex-ministra, Mário de Oliveira Filho, a decisão do MPF de não apresentar denúncia contra E.G. teria se dado em razão das provas coletadas pela Polícia Federal (PF).


"As provas demonstraram, categoricamente, que a ex-ministra não cometeu crime algum. Provas testemunhais, perícias da PF e documentos oficiais da Receita Federal comprovaram a inocência dela. Os dados foram cruzados e tudo aquilo que foi alegado contra ela virou fumaça", afirmou o defensor.


A queda da ministra


O caso E.G. teve início em setembro de 2010, em meio à campanha presidencial. E.G. havia assumido o comando da Casa Civil em março, sucedendo a presidente Dilma Roussef, então titular da pasta, que havia deixado o governo para se candidatar à Presidência da República.


Uma série de reportagens da revista "Veja" e de jornais indicou a possível existência de uma rede de tráfico de influência na Casa Civil para beneficiar empresas privadas. Reportagem de “Veja” afirmou que E.G. teria atuado para viabilizar o trabalho do filho, além de enfatizar que o pagamento pelos serviços se destinava a "compromissos políticos".


Por conta das denúncias, em 16 de setembro de 2010 a ex-chefe da Casa Civil acabou pedindo demissão do cargo. Ela sempre negou envolvimento com as acusações de tráfico de influência envolvendo seu filho I.G. e servidores da Casa Civil.


I.G. foi envolvido em duas denúncias: cobrar comissões de empresas para liberar crédito no BNDES e para renovar concessão na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).


A acusação que tornou insustentável a permanência de E.G. no governo Lula (2003-2010) foi publicada em 16 de setembro pelo jornal "Folha de S.Paulo". Na reportagem, o consultor R.Q., que atuava para a empresa de Campinas EDRB, revelou que teria sido extorquido ao buscar empréstimo de R$ 2,25 bilhões para construção de um parque solar no Nordeste.


De acordo com o que o consultor havia relatado à época, um dirigente dos Correios ligado a I.G. teria pedido R$ 5 milhões para viabilizar o empréstimo junto a BNDES. Ainda conforme R.Q., o dinheiro iria para E.G. e para as campanhas de Dilma à Presidência e de Hélio Costa (PMDB) ao governo de Minas.

Palavras-chave: Tráfico de influência; Arquivamento; Inquérito; Corrupção

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1 Comentários

Povão lesado26/07/2012 12:30 Responder

E assim continuaremos tendo aparelhamento Estatal, corrupção, sonegação, trafico de influencia, concussão, favorecimento de cargos, e tantos outros \\\"institutos\\\" administrativos que não caberiam nesta página... São tantas situações deste tipo que o Jornal Jurídico poderia abrir um link ou um blog dentro do site intitulado: \\\"Eu já sabia...\\\", para que todos tivessem acesso à infinidade de inquéritos que terminam em pizza neste país!

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