Justiça decreta prisão de mais três PMs acusados por chacina em Diadema

Fonte: Folha Online

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A Justiça de Diadema (Grande São Paulo) decretou nesta segunda-feira a prisão temporária dos soldados Janderson Páscoa Neves, Valmir Rogério Andrade e Daniel Quintino de Oliveira Filho, acusados de conivência na chacina que deixou três pessoas da mesma família mortas na semana passada.

Para a Polícia Civil e o Ministério Público, os PMs, que estiveram no local do crime em três motos, não impediram que o terceiro-sargento Ricardo Silva dos Santos, 40, lotado no 24º Batalhão, atirasse nas vítimas.

O sargento é o principal suspeito de ter assassinado a faxineira Tereza Rodrigues Farias, 48, e os filhos dela, Eduardo Rodrigues Francisco, 24, e Fábio Rodrigues Francisco, 15. De acordo com o laudo da Polícia Científica de Diadema, eles foram mortos com tiros de uma pistola .40 e um revólver calibre 38.

Desde a semana passada, Neves, Andrade e Filho estavam detidos administrativamente na Corregedoria da Polícia Militar, na avenida Alfredo Maia, na Luz (região central da capital).

O sargento Silva dos Santos segue internado em um hospital de São Vicente (Baixada Santista) se recuperando de uma cirurgia no estômago por causa de uma úlcera.

Na última quarta-feira (6), a juíza Cláudia Maria Carbonari de Faria já havia ordenado a prisão temporária por 30 dias dos soldados Edson Arão Prudêncio, Renato Pereira dos Santos e Sebastião Farias de Pinto, que estavam com o sargento no momento do crime. Eles estão no presídio Romão Gomes.

Missa

No domingo (10), cerca de 400 pessoas acompanharam uma missa em homenagem às vítimas. A cerimônia aconteceu em frente à escola João Carlos Gomes Cardim, onde Fábio estudava.

Insubordinação

De acordo com a Corregedoria, Ricardo Silva dos Santos entrou na corporação em 1986 e foi exonerado quatro anos depois por insubordinação. No entanto, voltou a trabalhar na polícia em 1995 após uma ordem judicial. Ele não tinha nenhuma falta grave registrada em seu prontuário.

Chacina

As vítimas foram mortas no conjunto habitacional Jarim Portinari, em Diadema. O porteiro José Cidônio da Silva, 54, marido de Tereza, levou um tiro no pé, enquanto Alexandre Venâncio Farias, outro filho da faxineira, teve um pulmão perfurado.

O motivo da chacina, segundo vizinhos das vítimas, foi banal: na tarde de segunda-feira, Fábio foi visto por um policial quando estava com a namorada no pátio do condomínio. O PM teria desconfiado de Fábio, que andava com a mão presa na calça. Achando que ele estava armado, o PM o revistou e mandou que ele deitasse no chão. Em seguida, deu um tiro para o alto. Ao ver a cena, Eduardo ameaçou denunciar o policial à Corregedoria. O soldado os liberou.

Por volta das 22h, seis PMs foram à rua onde os dois irmãos moravam. Três deles --incluindo o sargento Santos-- estariam em uma Blazer da Força Tática; os demais, em motos. Segundo as testemunhas, Eduardo foi algemado e estava sendo levado para o carro da PM quando Fábio interveio e recebeu cinco tiros. Em seguida, o policial teria atirado em Eduardo. Os dois morreram na hora.

A mãe, que presenciou o crime, também foi baleada e morreu. Em seguida, um irmão dos garotos e o padrasto saíram de casa e foram feridos a tiros.

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