Justiça de SP nega anulação de júri e manda prender Gil Rugai
Ele foi condenado a 33 anos de prisão por morte do pai e da madrasta
A Justiça de São Paulo negou a anulação do julgamento que condenou Gil Rugai pelos assassinatos do pai e da madrasta dele. Após a decisão, foi expedido o mandado de prisão imediato do estudante, condenado em fevereiro de 2013 a 33 anos e nove meses de prisão em regime fechado.
A decisão dos desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) foi por unanimidade, segundo informou a assessoria do órgão. Gil Rugai não estava no plenário durante o julgamento do recurso e foi representado por seus advogados.
De acordo com o voto do relator Luis Soares de Mello Neto, “esmiuçadas as teses defensivas e os depoimentos de todas as testemunhas, não se vislumbra, sequer nas minúcias, uma fagulha de prova que possa concretizar-se como evidência de que a decisão dos jurados tenha se dado manifestamente contrária”. Participaram do julgamento, unânime, os desembargadores Euvaldo Chaib e Ivan Sartori.
O estudante sempre negou que tenha atirado em Luiz Carlos Rugai e Alessandra Troitino em 2004, dentro da residência do casal em Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo. A acusação, por outro lado, diz que Gil cometeu o crime porque havia sido descoberto desviando dinheiro da empresa do pai.
Segundo policiais ouvidos pela equipe de reportagem, a Polícia Civil espera receber o mandado para efetuar a prisão do estudante. Ele aguardava o julgamento do recurso em liberdade.
"Meu temor é que agora Gil Rugai fuja, já que deve estar sabendo que a Justiça determinou sua prisão e a polícia irá procurá-lo", comentou o promotor.
Segundo o MP, a defesa pode recorrer da decisão dos desembargadores de decretarem a prisão de Gil Rugai.
Alegações da defesa
Os advogados do condenado queriam a anulação do júri, ocorrido no Fórum da Barra Funda, alegando que houve erros durante o andamento do processo.
Os defensores disseram que contas telefônicas comprovariam que Rugai estava em outro lugar no momento dos assassinatos. Os advogados também alegam que a perícia errou na elaboração do laudo do arrombamento da porta, que teria sido danificada por um pé compatível com o de Gil. Uma “testemunha surpresa” também ouvida durante o julgamento de Gil seria um argumento para pedir a anulação do júri, de acordo com a defesa.
Durante júri ocorrido no ano passado, Gil foi considerado culpado pelas mortes do pai e da madrasta. Foi condenado por duplo homicídio qualificado por motivo torpe. O júri ocorreu no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste, de onde o estudante saiu sem ser preso porque já respondia ao crime em liberdade.