Justiça de SP condena envolvidos no vazamento do Enem

A Justiça reconheceu o dano que esses criminosos causaram e os condenou exemplarmente. Já soube que o Ministério Público vai recorrer pedindo uma pena maior", afirmou Fernando Haddad

Fonte: Última Instância- UOL

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A Justiça Federal condenou quatro envolvidos no vazamento do Enem em 2009 denuciados pelo MPF (Ministério Público Federal). Entre eles Felipe Pradella, apontado como mentor do vazamento pela PF,  que era funcionário do consórcio responsável por imprimir a prova. A condenação foi dada pelo juiz  Márcio Rached Millani, da 10ª Vara Federal criminal de São Paulo.


Felipe Pradella foi condenado a cinco anos e três meses de prisão e a 72 dias de multa por violação de sigilo funcional e corrupção passiva. Filipe Ribeiro Barbosa e Marcelo Sena Freitas foram condenados à pena de quatro anos e seis meses de reclusão e a 63 dias de multa pelo mesmo crime. Pradella foi absolvido do crime de extorsão.


Gregory Camillo Oliveira Craid foi condenado à pena de dois anos e quatro meses de prisão e ao pagamento de 11 dias de multa por corrupção passiva. Mas a pena foi substituída pela prestação de serviço à comunidade ou entidade pública. Outro denunciado, Luciano Rodrigues, foi absolvido de todos os crimes.


Entretanto, por acreditar que as penas são baixas e desproporcionais à gravidade dos crimes, o MPF vai apelar da decisão pedindo o aumento das penas e a condenação de Pradella pelo crime de extorsão. De acordo com o MPF, o furto e o vazamento da prova causaram um gasto, com a reimpressão das provas do Enem, de mais 30% do valor da licitação - 148 milhões, além de afetar mais de 4 milhões de estudantes.


Segundo o MPF, três dos cinco acusados trabalhavam na gráfica onde as provas do exame foram impressas em 2009. Com o fácil acesso ao material, eles furtaram as provas e tentaram vendê-las a veículos de comunicação. Os crimes de  corrupção passiva, violação de sigilo funcional e extorsão ocorreram depois do furto, no momento em que os envolvidos tentaram vender o material aos veículos e comunicação, com valores chegando a R$ 500 mil. Um dos jornais procurados denunciou a oferta ao Ministério da Educação, que comprovou a autenticidade da denúncia e cancelou o exame.


O ministro da Educação, Fernando Haddad, ao abrir hoje (17/8) em Curitiba o Encontro Internacional de Educação, comentou a  decisão. "A Justiça reconheceu o dano que esses criminosos causaram e os condenou exemplarmente. Já soube que o Ministério Público vai recorrer pedindo uma pena maior".


Para ele, a decisão sinaliza que as pessoas têm que colocar a educação em outro patamar, não podem jogar com o destino das pessoas. "Foi um crime contra o Estado brasileiro e contra a juventude. Do ponto de vista administrativo, o processo está concluído, agora é o processo judicial, que será reforçado por essa decisão. Queremos que os prejuízos sejam ressarcidos à União", acrescentou.

 

 

Palavras-chave: Condenação; Envolvimento; Vazamento; Enem; Impressão; Prova

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