Justiça absolve ex-gerente acusado por mortes no Urso Branco
Em 2002, 27 detentos foram mortos no presídio
O ex-gerente do Sistema Penitenciário de Rondônia foi absolvido, na quarta-feira (23), em Porto Velho, da acusação de responsabilidade nas 27 mortes ocorridas na Casa de Detenção José Mário Alves, conhecida como Urso Branco, em janeiro de 2002.
Segundo o Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO), o julgamento teve início às 8h15 (no gorário local), e cinco testemunhas de defesa foram ouvidas pela manhã. Após a leitura de algumas peças do processo, o réu foi ouvido por quase duas horas pelo juiz e respondeu a perguntas feitas pelos promotores e pelo defensor.
Em seu depoimento, ainda de acordo com o TJRO, o ex-gerente afirmou que não deu a ordem para a colocação dos presos ameaçados junto com os demais, ação que resultou na morte de 27 detentos. Para o Ministério Público, o réu poderia ter evitado a tragédia pelo cargo que ocupava na época.
Segundo o processo, em 2002, 27 detentos do Presídio Urso Branco foram torturados e assassinados a golpes de facas artesanais após uma tentativa de fuga frustrada pela ação de agentes penitenciários e policiais militares. As mortes teriam ocorrido após a colocação de presos jurados de morte junto com os demais.
Outros julgamentos
Nesta quinta-feira (24), a Justiça de Rondônia realiza o julgamento de um ex-diretor do presídio. Outro ex-diretor será julgado na sexta-feira (25), segundo o TJRO. Na segunda-feira (21), um detento foi condenado a 432 anos de prisão pelo envolvimento nas 27 mortes ocorridas no interior do presídio. Cabe recurso.
Os quatro réus julgados nesta semana, de acordo com o Tribunal, não foram a julgamento em 2010, junto com o demais réus, porque entraram com recurso contra a decisão de pronúncia do juiz Aldemir Oliveira.