Júri popular condena casal por associação para tráfico, tortura e homicídio

Júri federal durou mais de 20 horas e condenou Joel a 34 anos e meio de prisão e a mulher dele, Jandira, a nove anos e meio de prisão.

Fonte: MPF

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Júri federal durou mais de 20 horas e condenou Joel a 34 anos e meio de prisão e a mulher dele, Jandira, a nove anos e meio de prisão

Após mais de 20 horas de julgamento, o júri popular condenou o casal Joel Ferreira Pinheiro Filho e Jandira Ferreira da Silva Pinheiro por associação para o tráfico internacional de drogas e tortura. Além dos dois crimes, Joel foi condenado também pelo crime de homicídio, sendo absolvido apenas pela ocultação do cadáver. Eles foram denunciados pelo Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) em março do ano passado, como resultado das investigações da Operação Gourmet, realizada em conjunto com a Polícia Federal.

Na mesma sessão do júri, que teve início na manhã do dia 9 de julho e foi encerrada no início da noite do dia seguinte, o taxista Elmiro Galdino de Albuquerque foi absolvido dos crimes de associação para o tráfico, tortura e homicídio, atendendo ao pedido formulado pelo procurador da República Edmilson da Costa Barreiros Júnior, representante do MPF/AM.

Joel foi condenado a 34 anos e meio de prisão, além de multa no valor de 400 salários mínimos, e Jandira, condenada a nove anos e meio de prisão e multa de 380 salários mínimos. "Foi importante a resposta do Tribunal do Júri Federal: o crime organizado transnacional não é tolerado pela sociedade amazonense", afirmou o procurador.

Organização criminosa - Os réus são acusados, juntamente com outras oito pessoas, de envolvimento em uma organização criminosa que operava no tráfico internacional de drogas, adquirindo carregamentos de cocaína em Letícia, na Colômbia, para distribuição nos estados do Amazonas, Pará e Maranhão.

Inicialmente, o júri de ontem incluía o réu Franklin Paulo Silva Gomes, que está preso. Ele foi excluído do julgamento e o processo desmembrado em relação a Franklin por conta da ausência dos advogados do réu. A falta injustificada acarretou a aplicação de multa, aos advogados, no valor de 20 salários mínimos, para cada.

A sessão de tortura e a morte de Kleber Barros Raiol, conhecido como Careca, promovidas pela organização criminosa, ocorreram em razão de ordens passadas por Joel, via celular, de dentro da Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, onde estava preso.

Kleber era cozinheiro da embarcação denominada Oliveira, que, em 4 de agosto de 2007, saiu de Tabatinga (município localizado a 1.105 quilômetros a oeste de Manaus) em direção à capital com mais de 60 quilos de cocaína. Quando a embarcação passava por Manacapuru (a 84 quilômetros a oeste de Manaus), dois integrantes do grupo criminoso foram presos com cerca de 16 quilos da droga, ao descarregarem o entorpecente em um bote.

O restante da droga, que vinha escondido sob o estoque de frangos dentro do freezer da embarcação, teria sido retirado por Kleber, que, de acordo com depoimentos, só detinha propriedade efetiva de 2,5 kg da cocaína. A apropriação feita por Kleber desencadeou o início de uma busca da quadrilha pelo entorpecente, o que, ao final, resultou no assassinato do cozinheiro com quatro tiros, em 7 de agosto de 2007, depois de, dentre outras lesões, ter seus dedos e ossos da mão direita quebrados.

Ação penal nº 2008.32.00.002592-9

Palavras-chave: associação

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