Recomeçou na tarde desta quinta-feira o julgamento do ex-estudante de medicina Mateus da Costa Meira, 29, acusado de matar três pessoas durante uma sessão de cinema no MorumbiShopping (zona sul), em novembro de 1999. Este é o terceiro dia de julgamento, que ocorre no 1º Tribunal do Júri de São Paulo. A previsão é de que a sentença seja conhecida à noite.

Segundo a assessoria do TJ (Tribunal de Justiça), estão previstos para esta quinta os debates finais entre a acusação e os advogados de defesa.

Em seu depoimento, na terça-feira, Meira disse estar arrependido. Afirmou ainda ter ouvido vozes e sussurros momentos antes de atirar nas pessoas.

No entanto, o depoimento do psiquiatra José Cassio do Nascimento Pitta, que acompanha o ex-estudante desde o crime, comprometeu a situação de seu cliente.

Surto

Indicado como testemunha de acusação pelo Ministério Público, Pitta afirmou, na quarta-feira, que Meira não apresentava sintomas de surto psicótico três horas depois do crime. O psiquiatra falou com o ex-estudante na delegacia.

Pitta disse que Meira, na mesma ocasião, não mencionou ter sofrido delírios ou alucinações antes de ter atirado com uma submetralhadora em direção à platéia.

Ele deu a Meira o mesmo diagnóstico psiquiátrico relatado em um laudo feito por peritos nomeados pela Justiça --transtorno de personalidade esquizóide, problema que não o impediria de ter consciência de seus atos. O diagnóstico é desfavorável a Meira pois permite a realização de júri popular sem que ele tenha redução de pena por causa do transtorno de personalidade.