Juíza 'linha-dura' é morta na porta de casa

Para ela, o crime cometido por um policial durante o serviço seria mais grave que o praticado por um cidadão comum

Fonte: Extra- G1

Comentários: (10)




A juíza Patricia Acioli, da 4ª Vara Criminal, de São Gonçalo, foi assassinada no início da madrugada desta sexta-feira, com mais de 10 tiros, quando chegava em casa, em Piratininga, Niterói. Segundo testemunhas, dois homens numa moto efetuaram os disparos antes mesmo que ela saísse do carro.


Patricia Acioli, de 44 anos, era conhecida por uma atuação dura contra a ação de grupos de extermínio na região. Policiais do 7º BPM (São Gonçalo) denunciados por homicídio em casos que foram registrados, inicialmente, como autos de resistência, seriam julgados pela juíza, que era titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo desde 1999. Ela era a única que julgava processos de homicídio — e crimes correlatos — na cidade. Conhecida pelo rigor na hora de inquirir os réus e por dar celeridade aos processos, ela considera o crime cometido por um policial durante o serviço mais grave que o praticado por um cidadão comum.


Recentemente, ela havia prendido quatro milicianos do bairro Luiz Caçador — responsáveis por mais de cem homicídios — e outros sete do bairro Engenho Pequeno. Além disso, mandou prender Luiz Anderson de Azeredo Coutinho, tido como o maior bicheiro de São Gonçalo.


Marcada para morrer


Em janeiro deste ano, agentes da 72ª DP (Mutuá), em Guarapari, no Espírito Santo, prenderam Wanderson Silva Tavares, o Gordinho ou Tenente, de 34 anos, apontado como chefe de um grupo de extermínio, formado por policais civis e militares, e investigado por, pelo menos, 16 mortes em São Gonçalo. Com ele, foi apreendida uma "lista negra" com 12 nomes de pessoas marcadas para morrer, entre eles estava o nome de Patricia Acioli.


Além da juíza, faziam parte da lista o promotor Paulo Roberto Mello Cunha, do Tribunal do Júri do município; três policiais do Núcleo de Homicídios da 72ª DP (Mutuá); o delegado Geraldo Assed; além de testemunhas dos crimes, entre elas a mãe de uma das vítimas, e até mesmo os próprios integrantes do grupo de extermínio que o apontaram como sendo líder do bando.


Patricia Acioli dizia não ter medo de morrer. — Quem quer fazer algo vai e faz, não fica ameaçando. Ninguém morre antes da hora — declarou em uma entrevista a "O Globo".

Palavras-chave: Linha-dura; Juíza; Crime; Extermínio; Celeridade; Homicídios; Policiais; Processo

Deixe o seu comentário. Participe!

noticias/juiza-linha-dura-e-morta-na-porta-de-casa

10 Comentários

Miriam advogada13/08/2011 0:46 Responder

Juízes criminais não deveriam ser identificados perante os criminosos. O réu recorreria contra a decisão ou sentença, mas nunca contra a pessoa. O processo penal sendo impessoal evitaria essas barbáries.

meu desabafo estudante13/08/2011 2:59 Responder

Também concordo com o comentário acima, o que é mais engraçado que a divulgação da lista negra vem após a fatalidade. Isso acontece porque no nosso pais bandido vem se beneficiando , é tanto que o estado contrata esses sujeitos para dar segurança a população. Issso é uma vergonha! quando encontramos um policial, pensamos estamos diante de um militar ou de um bandido fardado. Só com pena de morte, para fazer valer justiça nessa situação. Ora, quem é bandido vive oculto, quem é do bem e colabora com a sociedade se torna vitíma por ser exposta e obrigada pelo estado. Que Deus faça justiça, porque a justiça dos homens sem chance.

Cesar Augusto autônomo e bacharel em direito13/08/2011 9:42 Responder

O pior desse acontecimento são as justificativas dos Ex-Presidentes e do atual Presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, um dizendo que não se lembrava de a juiza ter pedido proteção, o outro diz que não conversou com a juiza sobre o assunto desmentindo o depoimento de um desembargador (morto não fala) e o atual diz que a juíza dispensou a proteção. Será que eles pensam que toda a sociedade é burra? E o Presidente da OAB, que se mete em tudo, simplesmente fêz seu comentário idiota sem fazer as mesmas cobranças de apuração no caso de responsabilidade dos representantes do judiciário, será porque estas pessoas indicadas e apadrinhadas pela OAB? Agora é tarde e Patrícia está morta e que chorem os seus parentes. Quantas pessoas terão que morrer neste país na busca de justiça, como é o caso dos morrem e estão marcados para morrer na defesa da floresta amazônica? Êta paisinho de mentirosos e hipócritas!

Rogério Santarém Advogdo13/08/2011 9:53 Responder

Caros colegas, sabe o que vai acontecer? Nada,absolutamente nada, visto que em nosso querido Brasi, os crimes são tratados de maneira leviana, para tanto basta ler os noticiários. A propósito, eu falei uma inverdade: vai acontecer alguma coisa sim, o nome da nobre juíza vai ser dado a um novo fórum, o que é lamentável, mas esperem, é o que ocorrerá.

Adevaldo Pereira estagiário13/08/2011 13:08 Responder

Como pode de um cidadão,de ter cometido mais de cem homicídios , ainda ,estar vivendo em sociedade? Acredito que o código de Hamurabi ,se enquadraria perfeitamente em serto casos nos dias atuais no nosso Brasil. Até quando ou não tem quando, cujas vidas são interrompidas com tantos requintes de crueldade?

Brasileira Patriota14/08/2011 23:09 Responder

A ue ponto chegamos com essa criminalidade. Brasil!!!!

oseas Administrador15/08/2011 1:53 Responder

Na Itália com o assassinato de juizes, resolveram os problemas com a não identificação dos juizes, logo não se sabe quem julgou, mas sabe-se que a sentença foi proferida pelo Estado-juiz. Assim o autor, réu, advogados, promotor, corpo de jurados e o público não têm conhecimento da pessoa que deu a sentença.

André Estudante15/08/2011 13:59 Responder

Sobre esse quesito tenho que concordar com meus colegas... Pois, se pagamos para ter uma policia corrupta é melhor não termos não é e quanto o descuido da Policia Federal para proteger essa heroina. Ora se continuar essa chacina dos provedores da justiça e da lei logo não teremos mais estas profissões, em um país como este todo mundo vai querer salvar o seu não é? E nós como cidadãos pagadores de impostos vamos ter que abaixar a cabeça e assistir todo este massacre ou seja refens desses crapulas, idiotas, sem oque fazer...

CARLA Analista de Sistemas e bacharel em direito15/08/2011 15:35 Responder

A morte da juíza Patricia Acioli foi uma grande perda para a justiça e para todo o povo gonçalense. Ela era conhecida como uma juíza \\\"linha dura\\\", \\\"marrenta\\\", porém, apesar de ser detestada pela cúpula, era amada pelas pessoas simples, humildes que procuram a justiça. Pelo que sei, atendia aos menos favorecidos com muito respeito e carinho. Foi uma perda imensa para todos.

ANA Advogada15/08/2011 17:18 Responder

EU TAMBÉM CONCORDO QUE JUIZES LINHA DURA NÃO DEVEM SE EXPOR TANTO...INFELIZMENTE ACONTECEU ESSA TRAGÉDIA.JUIZA NOVA E TINHA A VIDA INTEIRA PELA FRENTE E COM CERTEZA CONTINUARIA TRABALHANDO COM AFINCO...PERDA IRREPARÁVEL MESMO....NÃO DÁ MAIS PARA CONFIAR NEM NA POLICIA QUE PENDEU PARA O LADO DA BANDIDAGEM.

Conheça os produtos da Jurid