João Paulo Cunha reclama de Barbosa em carta aberta

"O ministro pode cometer a injustiça de condená-lo, mas não pode amordaçá-lo, pois nem a ditadura militar o calou", diz trecho da carta de João Paulo Cunha

Fonte: Estado de São Paulo

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O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), condenado pelo mensalão, questionou, em carta publicada no jornal Folha de S. Paulo, a maneira como o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, decretou a sua prisão, sem providenciar carta de sentença e assinar o mandato antes de sair de férias. Ele questiona, na publicação, se o seu caso não era urgente e porque foi decretada "prisão de afogadilho" e anunciada à imprensa.


"Nos minutos finais do expediente do último dia 6 de janeiro, o senhor decretou a minha prisão e o cumprimento parcial da sentença, fatiando o transitado e julgado de meu caso. Imediatamente convocou a imprensa e anunciou o feito", destaca ele, em carta ao jornal.


Cunha diz que Barbosa "pode muito, mas não tudo". Segundo ele, o ministro pode cometer a injustiça de condená-lo, mas não pode amordaçá-lo, pois nem a ditadura militar o calou. O deputado cobra Barbosa de tê-lo condenado sem ao menos lhe dirigir uma pergunta e não ter considerado seu passado de 30 anos como parlamentar sem nenhum processo nesse período.


De acordo com ele, o presidente do Supremo o condenou contra as provas documentais e testemunhais que atestam sua inocência. Cunha ainda o desafia, na carta, provar que alguma votação tenha ocorrido na base da compra de votos e faz críticas ao Judiciário.


"Um Judiciário autoritário e prepotente afronta o regime democrático. Um ministro do STF deve guardar recato, não disputar a opinião pública e fazer política. Deve ter postura isenta", destaca o deputado, acrescentando ainda que é inocente e, por isso, dormirá em paz, nem que seja "injustamente preso".

Palavras-chave: mensalão direito penal

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2 Comentários

Berenice Machado Lira de Morais Advogada03/02/2014 21:00 Responder

Ao Sr. João Paulo Cunha: passado de 30 anos limpo não é salvo conduto no cometimento de crimes posteriores!

braz cortez aposentado, colunista, bacharel....07/02/2014 13:51 Responder

Berenice, certamente que não, mas, a bem da verdade, o que me intriga é justamente, esse julgamento do mensalão do Pt, ter sido efetivado EXATAMENTE na semana que antecedeu as eleições! É sintomático, ou não? E porque ainda não foi julgado o mineiro, aliás, é MINEIRO e não do PSDB. Entenda, doutora (PS: não sou Pt,sou justo)

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