Gays procuram cartórios para oficializar casamento na Espanha

Fonte: Folha Online

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Centenas de casais gays de toda a Espanha se dirigiram nesta segunda-feira aos cartórios do país para dar início aos trâmites de sua união civil. Na última quinta-feira (30), foi aprovada na Câmara dos Deputados a lei que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

A porta-voz da Federação Estatal de Gays e Lésbicas (FELGT), Boti García Rodrigo, deu declarações à imprensa na entrada do Registro Central de Madri, onde trabalha há muitos anos.

Segundo García Rodrigo, assim como ocorreu na Holanda e na Bélgica, os primeiros a procurarem os cartórios na Espanha foram os casais mais velhos, já que são os que há mais tempo aguardavam a aprovação da lei.

A porta-voz afirmou que a ida de homossexuais aos cartórios para dar início aos trâmites de união civil deve ocorrer normalmente. Segundo ela, os pedidos devem diminuir dentro de alguns dias.

A nova lei modificou mais de dez artigos específicos do Código Civil --todos os que diziam que o casamento deveria ser entre pessoas de sexos diferentes.

O objetivo do governo socialista de José Luis Rodríguez Zapatero foi igualar os direitos civis dos casais heterossexuais aos dos homossexuais, que, uma vez casados, também terão direito a adotar filhos, receber herança e se divorciar.

Os casais de gays e lésbicas também terão direito à pensão por viuvez e a benefícios trabalhistas e fiscais, que até agora eram desfrutados apenas por casais tradicionais.

Polêmica

A iniciativa legislativa do Executivo foi aprovada na Câmara por 187 votos a favor, 147 contra e seis abstenções.

O conservador Partido Popular (PP) liderou a oposição política à lei, que também conta com a rejeição de associações de defesa da família tradicional e da Igreja Católica.

O bispo Ricardo Blázquez, presidente da Conferência Episcopal Espanhola, reiterou nesta segunda-feira que quando a igreja diz "não" a esta lei, "diz 'sim' à grandeza do casamento inscrito na própria natureza da vida humana".

Citando frases da bíblia, Blázquez reiterou que só pode haver casamento entre homens e mulheres, porque esta união contém o conceito da complementaridade. As outras uniões podem receber qualquer outra denominação, mas não a de casamento, destacou.

"Eu gostaria que nosso governo não tivesse embarcado em soluções e saídas que não vou qualificar", declarou o bispo, que acrescentou que a nova lei introduz uma "enorme confusão de ordem humana e moral", e "abre um caminho de retrocesso".

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