Garotinho fica ainda menor

O presidente regional do PMDB, Anthony Garotinho, caiu do berço que o embalou durante 18 anos. Depois de emergir politicamente em Campos, que o elegeu pela primeira vez deputado estadual pelo PDT em 1986, e de empenhar seu capital político para garantir a sobrevivência de seu projeto eleitoral em 2006 ? candidatar-se à Presidência da República ? Garotinho amargou ontem a primeira e decisiva derrota em sua terra natal.

Fonte: Jornal O Globo

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O presidente regional do PMDB, Anthony Garotinho, caiu do berço que o embalou durante 18 anos. Depois de emergir politicamente em Campos, que o elegeu pela primeira vez deputado estadual pelo PDT em 1986, e de empenhar seu capital político para garantir a sobrevivência de seu projeto eleitoral em 2006 ? candidatar-se à Presidência da República ? Garotinho amargou ontem a primeira e decisiva derrota em sua terra natal. O candidato do PMDB na cidade, Geraldo Pudim, foi derrotado por Carlos Alberto Campista (PDT), afilhado político do prefeito Arnaldo Vianna, ex-aliado de Garotinho. Com 100% das urnas apuradas, Campista venceu com 131.363 votos (54,58% dos votos válidos), contra 109.309 de Pudim (45,42% dos votos válidos).

A cruzada de Garotinho para tentar manter o poder na cidade deu outras derrotas ao ex-governador, que, na última eleição, conseguira um patrimônio de 15 milhões de votos: a Justiça Eleitoral iniciou uma investigação sobre o uso da máquina administrativa do estado na campanha em Campos e a Polícia Federal abriu inquérito para apurar denúncia de compra de voto pelo PMDB.

?Vocês são uns canalhas?, atacou

Garotinho acompanhou parte da apuração, ontem, na sede do PMDB, para onde foi também a governadora Rosinha Matheus. Mais tarde, seguiu para a produtora onde fora gravado o programa eleitoral de Pudim. Logo depois, foi para a casa de uma tia de Rosinha, no Centro. À noite, Garotinho voltou para sua casa e enfrentou a provocação de correligionários de Campista, que gritavam ?Au, au, au, Pudim a um real?. A Polícia Militar foi chamada e interditou a rua no trecho em frente à casa do ex-governador.

O dia começou tenso para Garotinho. Ao lado da governadora Rosinha, votou às 8h15m no Ciep Nilo Peçanha, na Lapa, vizinho a sua casa. Com o semblante tenso, não quis dar entrevistas e, ao chegar, em vez de responder às perguntas dos repórteres, optou por insultá-los. Ao ser perguntado, por um repórter da Rede Globo, se daria entrevistas, Garotinho reagiu:

? Nem pensar. Vocês são uns canalhas.

Garotinho disse, mais tarde, ainda durante o processo de votação, que ganharia a eleição nos cinco municípios em que o PMDB disputou o segundo turno. Não foi o que ocorreu.

Depois de votar, o ex-governador e Rosinha percorreram zonas eleitorais no distrito de Guarus como delegados do PMDB. Ao chegar, eram ovacionados por militantes pró-Pudim, que gritavam o nome do candidato. O promotor eleitoral Marcelo Lessa lembrou que a Justiça Eleitoral impede este tipo de manifestação nas zonas eleitorais. A governadora votou mais cedo, acompanhada por Garotinho, no Colégio Pequeno Antônio.

Garotinho também enfrentou o adversário no meio do caminho: militantes do PDT sacudiram notas de R$ 1 para o presidente do PMDB durante sua entrada numa zona eleitoral.

Comemoração nas ruas de Campos

Durante a apuração, o Fórum de Campos foi cercado por 120 policiais militares e 60 da Polícia Federal. Nas ruas, por volta das 20h30m, milhares de militantes de Campista lotaram a Avenida Alberto Torres, em frente ao Fórum, para comemorar o resultado. Pelas ruas, pedetistas buzinavam e soltavam fogos. O ponto de concentração foi a Praça São Salvador, no Centro. A festa em frente à casa do prefeito Arnaldo Vianna começou no meio da apuração.

O secretário de Governo e tesoureiro estadual do PMDB, Luiz Rogério Magalhães, acusou a Justiça Eleitoral de Campos de ser parcial.

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alexandre r. freitas servidor da justiça federal03/11/2004 21:12 Responder

O fato, que é notório e sabido por todos, é que o casal rosinha-garotinho já estão mortos politicamente. São dois incompetentes. Prova disso: o caos da segurança pública no estado do rio de janeiro. Fora garotinho! Fora rosinha!

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