Fundos atrelados a índices de preços perdem força com queda da inflação

A recente queda da inflação minou a atratividade dos fundos atrelados a índices de preços, gerando saques e mesmo perdas na categoria que foi uma das grandes vedetes da indústria desde o fim de 2002

Fonte: Jornal O Globo

Comentários: (1)




A recente queda da inflação minou a atratividade dos fundos atrelados a índices de preços, gerando saques e mesmo perdas na categoria que foi uma das grandes vedetes da indústria desde o fim de 2002. Analistas esclarecem que embora a meta do fundo seja oferecer ao investidor uma proteção contra a alta da inflação, mantendo o seu poder de compra em reais, essa é uma aplicação arriscada, portanto só pode ser usada como diversificação, e a expectativa de retorno deve ser a longo prazo.

Segundo o economista Marcelo D?Agosto, do site Fortuna, que monitora a indústria de fundos, no início de agosto era consenso entre os analistas que o IGP-M já havia chegado ao pico em julho, quando fechou em alta de 1,31%, e cairia em agosto. Esperava-se que o índice subisse de 0,75% a 0,90%. Com a perspectiva de redução da inflação, os saques começaram. O resultado saiu na segunda-feira passada e mostrou que a inflação cedeu, mas não tanto: encerrou o mês em 1,22%. Mesmo assim, foi a menor desde o 1,21% em abril.

? Como são aplicações de risco, quem não tem perfil para investir nesses fundos sai na primeira possibilidade de perda em momentos de incerteza ? diz o economista.

Fundos chegaram a ter perdas de 0,74% em agosto

D?Agosto explica que, ao contrário dos outros meses, em agosto houve forte dispersão entre a rentabilidade dos fundos dos diferentes bancos. O que obteve o melhor desempenho, de acordo com o site, rendeu 1,12%; o pior teve perda de 0,74%. O economista diz que a composição do investimento ? ou seja, as datas de vencimento dos títulos públicos indexados a índices de inflação (IGP-M e IPCA) na carteira da aplicação ? fez a diferença, já que quanto maior o prazo, maior o risco e maior a perda.

Mário Carvalho, vice-presidente sênior de Fundos de Investimento do Banco WestLB do Brasil, explica que esse é apenas um dos cuidados que o fundo exige do investidor, já que os papéis que integram a carteira desses fundos têm vencimentos que variam de 2005 a 2031.

Também é importante saber a composição da carteira do fundo. Para acompanhar a trajetória da inflação e garantir ganhos acima dos índices de preços, os gestores compram títulos que também garantem um juro prefixado, conhecido no mercado como cupom.

? Isso significa que tanto a trajetória da inflação como a dos juros determinam a rentabilidade do fundo. Ou seja, embora a alta da inflação gere ganhos para a aplicação, se houver uma perspectiva de alta nos juros, o preço dos papéis cai, minimizando os ganhos com a inflação para o investidor. É um fundo arriscado e quem entra para ficar por dois, três meses pode se arrepender ? explica Renato Ramos, diretor de Renda Fixa do HSBC Asset Management.

De acordo com Carvalho, do WestLB, primeira instituição a lançar esse tipo de aplicação, o melhor cenário para esses fundos é de inflação em alta e juros em queda. E quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado, maiores as chances de retorno ao investidor, já que as oscilações a curto prazo são diluídas ao longo do tempo:

? Desde o lançamento do fundo, em 2000, a aplicação já rendeu 250,2%, contra 206,8% do CDI. Em agosto, entretanto, o ganho foi de 0,67%, ante 1,28% do CDI, ou seja, o investimento compensa a longo prazo.

Produtos têm venda sob orientação

Marcos Buckton, diretor de Captação do Unibanco, diz que, em cenários adversos, a venda desses fundos só é autorizada após o cliente conversar com alguém da sua equipe, que explique os riscos da aplicação.

? Queremos ter certeza de que o investidor sabe exatamente em que está aplicando. Esse é um fundo tarja preta, dependendo da época da aplicação. É preciso entender que esse é um fundo que pode, sim, ter cota negativa e gerar perdas ao cliente ? alerta Buckton.

Ele explica que, em agosto, as quedas do dólar e do petróleo ajudaram a reduzir o ritmo de captações, com a menor possibilidade de repasses à inflação no horizonte. Para buscar um bom retorno ao investidor, o fundo do banco não aplica apenas em títulos indexados ao IGP-M, mas também ao IPCA:

? Isso nos dá liberdade de buscar a maior rentabilidade de acordo com o momento. Às vezes a inflação está no atacado, mas não no varejo.

Mário Carvalho, do WestLB, crê numa tendência de queda para os juros, com um pouco mais de inflação:

? O país cresce fortemente, o que deve gerar alguma pressão inflacionária, embora a tendência das taxas de juros seja de queda, o que é uma boa notícia para esses fundos.

Palavras-chave:

Deixe o seu comentário. Participe!

noticias/fundos-atrelados-a-indices-de-precos-perdem-forca-com-queda-da-inflacao

1 Comentários

Edilson l. empresario13/06/2013 16:37 Responder

boa tarde Senhores nunca tive uma aplicação tao maluca como esta. apliquei pela caixa ecomica atraves do gerente. eu realmente nao sabia em que aplicaçao estava, mais correr um alto risco por porcentagens muito peque em relação a aplicaçao normal que hoje gera em torno de 0,52 a 064% ao mes e muito erro, infelismente retirei todo o dinheiro aplicado neste envestimento e amarguei um prejuizo de em 05meses de 9,32%. obrigado Edilson

Conheça os produtos da Jurid