Filas continuam nos bancos, apesar da lei que regulamente espera

Fonte: Globo Online

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Os bancos de São Paulo ainda não se adaptaram à nova lei que regula o tempo de espera nas filas. Oficialmente, a lei vale a partir desta segunda-feira, dia 23, mas as agências do centro da capital não instalaram os relógios de ponto para alertar os clientes quando o horário estourar e também não deram informações sobre a nova determinação. O resultado foi que em alguns bancos os clientes ficaram até uma hora na fila.

Segundo a lei, os clientes terão de ser atendidos em, no máximo, meia hora. Em dias normais, o tempo de espera na fila será de 15 minutos, seja qual for o motivo - pagar contas, consultar saldos ou fazer depósitos. Serão 25 minutos em véspera e logo após feriados e 30 minutos em dia de pagamento do funcionalismo público.

Os bancos que não cumprirem a lei terão de pagar multa de R$ 526. A segunda multa, provavelmente depois de um mês, será de R$ 1.000. A lei Nº 13.948 foi aprovada por unanimidade dos 55 vereadores em dezembro do ano passado na Câmara Municipal e sancionada em 20 de janeiro deste ano pelo prefeito José Serra. O prazo de 120 dias para que os bancos se adequassem à lei, instalando relógios de ponto nas agências terminou no sábado.

- Fiquei exatamente uma hora na fila para pagar um título que somente o Itaú aceita. Perdi hora de trabalho por conta disso. Não estou sabendo de nenhuma lei para regulamentar a espera na fila e ainda tenho dúvidas se isso vai dar certo. Algumas medidas já ajudariam bastante como a instalação de um caixa apenas para atendimento de empresas. Eles colocam tudo em um bolo e a gente tem que esperar algumas pessoas com mais de 10 títulos para pagar - afirmou a secretaria Eliana Neris, de 36 anos.

A aposentada Antonieta Barbosa, de 56 anos, ficou 55 minutos na fila do Banco do Brasil, na Rua 7 de Abril nesta segunda-feira. Ela disse que não almoçou na esperança de ser atendida rapidamente e voltar para casa, mas estava quase "desmaiando" de cansaço. Antonieta já tinha passado em uma agência do Bradesco para pagar uma conta.

- Só não desisti da fila no Banco do Brasil porque precisava fazer um doc para uma agência em outro estado. Se não fosse isso já teria ido embora - afirmou Antonieta.

O corretor de seguros Sebastião Machado, de 44 anos, também ficou no período da tarde quase 50 minutos na fila do Banco do Brasil na Rua 7 de Abril. Ele disse que já tinha ido pela manhã ao banco, mas não conseguiu pagar uma duplicata porque a agência estava fora do ar. Machado reclamou do número de caixas para atendimento (apenas dois) e disse que "os bancos privados, que têm metas de atendimento para cumprir, são bem mais rápidos no atendimento.

Uma gerente do Banespa na Praça da República garantiu que a fila não passa de 20 minutos em dia de pico (pagamento do funcionalismo público, por exemplo) e 10 minutos em dias normais. A agência do Banespa na República tem um sistema eletrônico de atendimento, com distribuição de senhas, para possibilitar que o cliente espere sentado a sua vez fora da ordem de chegada. Até pouco antes do fechamento, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) não tinha orientado os gerentes da agência sobre a nova lei, segundo a funcionária.

- Realmente, eu não fiquei mais do que 10 minutos na fila, mas não é sempre assim. As filas são maiores entre os dias 5 e 17 - disse o técnico de contabilidade Roberto de Souza, de 32 anos.

O motoboy Wellington Lopes, de 28 anos, disse que ficou satisfeito com o atendimento no Bradesco nesta segunda-feira. Ele ficou pouco mais do que 5 minutos na fila para pagar um financiamento. Uma gerente do banco, que preferiu não se identificar, disse que a agência tem um sistema para avaliar quanto tempo o cliente está na fila. Segundo ela, por enquanto, ninguém reclamou.

O secretário das Subprefeituras, Walter Feldman, disse que os bancos vão ter que se adequar rapidamente. Ele afirmou que as reclamações deverão ser feitas pelo telefone 156, da prefeitura. O secretário garantiu que os fiscais irão apurar as denúncias. A lei, dos vereadores Arselino Tatto e Rubens Calvo (ambos do PT), diz que "as agências bancárias e demais estabelecimentos de crédito de São Paulo são obrigados a colocar à disposição dos usuários pessoal suficiente no setor de caixas para que o atendimento seja feito em prazo hábil, respeitada a dignidade e o tempo do usuário."

- A lei é auto aplicada. Pode funcionar a partir de hoje, mas nós faremos portaria complementar - afirmou Feldmann.

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4 Comentários

FCPires aposentado25/05/2005 2:38 Responder

Deveria essa lei se estender para todo o Brasil, através do Congresso Nacional, pois só assim esse BB, que seu dono é toda a sociedade brasileira, passasse a respeitá-la pessoas: gestantes, idosos, aleijados e demais portadores de outras doenças que requer cuidados especiais. Mas não, esse Banco público é o primeiro a dar exemplo de desordem, desreipeitos, intransigências e outros maleficios. Estar na hora dos congressistas darem um basta nessa atitude ! pois se formos esperar pelo poder excultivo (Lula), por enquanto nada acontecerá. É só viajando e subindo os juros!!! Durma com um barulho desse na cabeça! não conseguirá!

Marco Antônio Dotto advogado25/05/2005 11:45 Responder

Infelizmente, penso que será mais uma Lei sem efeito de proficuidade, especialmente se quem tem a obrigação de multar, e cobrar a multa, é o município. Ademais, o maior infrator é o banco do Brasil, e isso em todo o Brasil, inclusive aqui no Mato Grosso.

Everton Silva Bancário/Advogado26/05/2005 21:18 Responder

O legislativo paulistano fez sua parte: impôs limite legal ao abuso praticado pelos bancos contra seus usuários e clientes. Cabe agora a Prefeitura, através da secretaria competente, fazer valer a lei, sob pena de nos depararmos com mais uma letra morta que só macula e faz desacreditar os poderes constituídos. Os bancos, principalmente os privados, são um grande câncer social, responsáveis em grande parte pela triste exclusão de milhares de brasileiros. Exploram seus clientes com tarifas escorchantes, maltratam os usuários submetendo-os a longas filas de espera e, por fim, exploram os bancários, exigindo-lhes o cumprimento de tarefas incompatíveis com o número de funcionários, expondo-os a longas jornadas, provocando um elevado índice de adoecimento por esforços repetitivos. A sociedade deve se insurgir contra a ganância reiterada e desmedida dos banqueiros. Que se cumpra a lei.

Aparecida A.Costa comerciária12/04/2009 17:56 Responder

Como fazer que uma lei seja comprida, estive no unibanco dia 07/04/09, esperei para ser atendida 35 min. reclamamos eu + 5 pessoas ao gerente e ele nem se quer se manifestou-se e ainda foi grosso no seu atentimento, e o pior uma senhora idosa de bengala ficou na fila 30 min. e qdo. chegou a sua vez a caixa simpesmente disse que não poderia receber o que ela ia pagar, não dando nenhuma explicação e atenção aquela pessoa que tinha idade pra ser sua avó, isso é um disrespeito com as pessoas principalmente com essa senhora, deveria ter aquela pessoa auxiliando (possa Ajudar) pois nesse banco (agencia) não tem isso evitaria as filas enormes nos caixas e as pessoas esperando para ser atentedida, ficando um tempão na fila e quando chega a sua vez não consegue efetuar os serviços que veio procurar naquela agencia. Liguei de lá mesmo para o PROCOn e ele não atendeu minha chamda. Pois é defeitos não temos nenhum as deveres um montão. . .

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