Três deputados inviabilizaram nesta segunda-feira na Assembléia Legislativa de Minas Gerais o pedido de abertura de uma primeira CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que o PT e governistas do PMDB articulavam contra a gestão Aécio Neves (PSDB).

Nem o esforço do PT de conseguir mais um aliado para a causa foi suficiente para manter o número mínimo de 26 assinaturas. Venceu o governo.

A abertura da CPI estava condicionada à apreciação do pedido pelo presidente da Casa, deputado Mauri Torres (PSDB). Agora, com 25 assinaturas, o requerimento que pedia investigação sobre suposto não-cumprimento da emenda constitucional 29 (que trata da aplicação de recursos na área da saúde) será arquivado por falta de uma assinatura --era necessário um mínimo de 26. A Casa tem 77 deputados.

Em comunicado hoje ao presidente do Legislativo, mais dois deputados desistiram de assinar o pedido: Chico Rafael (PMDB) e Dimas Fabiano (PP). Na sexta-feira, Doutor Ronaldo (PDT) já havia apresentado sua desistência. Naquele dia, o governo já dizia esperar três desistências.

Inicialmente eram 27 assinaturas. Enquanto o peemedebista e o pepista se somavam ao deputado pedetista e desistiam da CPI da Saúde, o bloco PT/PC do B, que tem 17 parlamentares, anunciava mais uma adesão, a do também pedetista Sargento Rodrigues (PDT). Mas o esforço foi em vão, apesar de a oposição ter anunciado um ato com sindicatos para amanhã, em frente ao Legislativo.

A adesão inicial de 7 dos 9 deputados da bancada do PMDB foi uma forma de o partido demonstrar independência em relação ao governo Aécio. Cresce no partido o desejo de ter um nome na disputa pelo governo estadual no ano que vem.

O nome preferido é o do vice-presidente da República, José Alencar (PL). Parlamentares do PMDB mineiro foram no início da noite de ontem ao Palácio do Planalto tentar convencer Alencar a voltar para o partido. O PT-MG apoiaria o nome de Alencar na disputa contra a provável tentativa de reeleição de Aécio.