"Toda mulher tem direito a uma vida sem violência"

Às 19h03 desta terça-feira, 15/9, o juiz-presidente do Tribunal do Júri de Brasília, Fábio Francisco Esteves, iniciou a leitura da sentença condenatória contra o ex-bombeiro Antônio Glauber Evaristo Melo, mais um envolvido em crime de violência contra a mulher, com resultado morte. Antônio Glauber foi condenado por homicídio duplamente qualificado, que vitmou Josiene de Azevedo de Carvalho, à pena de 19 anos e 6 meses de prisão, em regime inicialmente fechado, sem direito a recorrer da sentença em liberdade, além de ter decretada a perda do cargo público.

Em reunião na sala secreta, o Conselho de Sentença, à unanimidade, votou sim para os quesitos de autoria e materialidade do crime e não para o quesito absolvição. Para os jurados, Antônio Glauber tinha plena consciência ao matar, com um tiro na cabeça, a ex-namorada Josiene, com quem queria reatar o relacionamento de mais de quatro anos.

A defesa do ex-bombeiro tentou desclassificar o homicídio de doloso para culposo, alegando que o disparo teria ocorrido acidentalmente, e afastar as qualificadoras. Porém, não obteve êxito em convencer os jurados. Para eles, o réu teve sim a intenção de matar Josiene, quando decidiu encontrá-la no fatídico dia 26 de julho de 2008, portando consigo uma arma de fogo.

"Não será a sentença que trará a vida da vítima de volta a seus familiares, mas a condenação do réu com certeza trará algum conforto para a família, que na data de hoje viu cumprida a justiça dos homens", afirmou o magistrado. Para o presidente da sessão de julgamento, o grau de censurabilidade da conduta do réu foi altíssima, na medida em que, por mais de vinte anos exerceu o cargo de bombeiro militar, cuja função é a de proteger e salvar vidas.

Ao final da leitura, a platéia se manifestou com aplausos e gritos de "justiça". Familiares trajavam, por baixo das vestes, camiseta com foto de Josiene e os dizeres: "Toda mulher tem direito a uma vida sem violência."

Defesa e acusação ainda poderão recorrer da sentença à 2ª Instância do Tribunal.

Nº do processo: 2008011081660-5