Estudantes de colégio particular em SP usam saia para protestar

Atitude foi motivada em defesa de colega discriminado

Fonte: Agência Brasil

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São Paulo – Cerca de 50 alunos, entre meninos e meninas, vestiram saia hoje (10) para assistir às aulas no colégio particular Bandeirantes, uma instituição tradicional da zona sul da capital paulista. A ação foi em protesto contra preconceito de que teriam sido vítimas dois estudantes, na semana passada.


Na quinta-feira (6), o aluno J. F., 16 anos, vestiu-se com roupas femininas para a festa junina do colégio. Segundo os estudantes, porém, J. teria sido repreendido pelo professor de biologia J. S., que teria pedido ao aluno para que se retirasse da sala e trocasse de roupa. Posteriormente, S. teria comentado com outros colegas da turma que J. confundiu a festa caipira da escola com a Parada Gay, que ocorreu no domingo (2) em São Paulo.


O professor confirmou ter feito o comentário, mas informou que não teve a intenção de parecer preconceituoso. “Eu falei para o J.: assim você não vai entrar. O Bandeirantes não é uma escola de bairro. Nós temos alunos que são budistas, desde o judeu ortodoxo ao liberal, adventistas e muitos não admitem”, disse. O professor declarou também que não esperava tamanha repercussão na imprensa. “Nós estamos, hoje, presos a ditadura do politicamente correto. Qualquer coisa que você fala sem querer é motivo de falsas interpretações”, acrescentou.


O colégio Bandeirantes não impõe uso de uniformes e, de acordo com E. B. P., coordenador de relações institucionais, também não há qualquer tipo de restrição quanto às roupas que os alunos usam para assistir às aulas. Porém, quando, na sexta-feira (7), outro aluno, P. B., de 17 anos, chegou à escola usando uma saia longa em solidariedade ao colega que teria sido discriminado um dia antes, foi levado à sala do diretor da escola. “Fui para a sala do diretor pedagógico e ele falou que eu podia ofender alguém, mas disse que poderia ficar no Bandeirantes naquele dia. Mas, na quinta aula, eu fui mandado para casa e eles não me deram razões”.


Segundo o coordenador de relações institucionais, a escola pediu para que o pai do aluno fosse buscá-lo por questões de segurança. “Ele estava trajando uma vestimenta que, para região que a gente vive, a gente tem visto a todo momento, na imprensa, agressões morais ou físicas por questão de gênero. O Bandeirantes não tem nenhum problema com questão de gênero, mas havia uma preocupação com a integridade do aluno”, explicou.

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