Estudante de Direito que matou a mãe e a irmã vai a júri popular

A decisão de instruir o processo contra acusado teve como base dois exames realizados junto ao Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.

Fonte: Espaço Vital

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Foi proferida na segunda-feira (6) a sentença de pronúncia de Gustavo Henrique Waltrick, estudante de Direito, 20 de idade, acusado de matar, a facadas, sua mãe Beatriz Terezinha Touza de Liz (comerciante, 46 de idade) e sua irmã Ana Julia Anzolin, com apenas onze anos de idade, que era portadora da síndrome de Down.
 
 
O crime ocorreu no dia 08 de abril deste ano, em Lages (SC). A decisão de mandar o réu ao júri popular é do juiz Geraldo Corrêa Bastos.
 
 
Na última quinta-feira (2), o magistrado realizou uma audiência de instrução e julgamento, sendo inquiridas as testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, oportunidade em que o réu também foi interrogado.


A decisão de instruir o processo contra Gustavo Waltrick teve como base dois exames realizados junto ao Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, em Florianópolis. Num primeiro momento, os peritos do Hospital de Custódia teriam atestado que o réu era, ao tempo do fato, totalmente inimputável, o que ensejaria de plano a absolvição do acusado e aplicação de medida de segurança.

 
Contudo, verificadas algumas contradições no primeiro laudo, foram elaborados quesitos suplementares pelo juiz e pelas partes, a fim de que fossem respondidos pelos especialistas no assunto.


Após novo estudo e discussão sobre os quesitos suplementares, os peritos chegaram à conclusão diversa, ou seja, de que o réu, à época dos fatos, era semi-imputável.

 
Com a chegada (em 23 de agosto) do novo laudo, o juiz Geraldo Corrêa Bastos entendeu que o acusado Gustavo Henrique Waltrick deveria responder ao processo.

 
“Havendo nos autos dois diagnósticos médicos, conflitantes entre si (inimputabilidade e semi-imputabilidade), e que implicam em diferente equacionamento judicial (absolvição sumária e pronúncia), deve o magistrado adotar uma postura que mais se afine com o princípio ´in dubio pro societate´, próprio desta fase processual, transferindo, assim, a apreciação da matéria, ao Colendo Tribunal Popular do Júri, a quem compete o julgamento dos atentados dolosos contra a vida”, anotou o magistrado em sua sentença. (Proc. nº 039.10.005060-1 - com informações da AMC).

 
 Detalhes do crime

 

* Perda do controle no calor de uma discussão familiar aliada ao consumo de drogas (maconha). Assim Gustavo Henrique Waltrick, tentou justificar porque assassinou,  sua mãe e sua irmã. Contra a mãe, desferiu 18 facadas, enquanto na irmã, outras 25. Ele foi preso em flagrante.


* O crime aconteceu no interior do apartamento da família, localizado no edifício Flamboyant, na rua Benjamin Constant, centro de Lages. À polícia, Gustavo Waltrick disse que há tempos vinha tendo desentendimentos com sua mãe, por causa do consumo de drogas que ele praticava.


* Logo após o duplo homicídio, Gustavo saiu de casa, enrolado num cobertor, pensando em fugir. Mas quando estava na BR-116, próximo do Parque Ecológico do município, mudou de ideia e colidiu o seu veículo, um Fiat Uno, contra um barranco. Ele diz que perdeu o controle da direção, mas policiais acreditam que a batida já fazia parte de seu plano para escapar da acusação de assassinato.


* Após o acidente, Gustavo caminhou por cerca de dois quilômetros até a portaria da empresa Klabin, onde solicitou ao vigia de plantão, que chamasse a polícia, pois acabara de ter sido vítima de um sequestro relâmpago. Quando a PM chegou ao local, ele contou a mesma história do sequestro e foram até onde estava o carro.


* Os policiais começaram a desconfiar da veracidade das informações, pois localizaram roupas do jovem, junto com uma toalha com sangue, assim como um revólver calibre 32, com uma bala no tambor e outras 36 cápsulas soltas numa sacola. Havia, ainda, marcas de sangue fresco no interior do carro.


* Os PMs voltaram a questionar Gustavo e ele acabou confessando os crimes.


De acordo com o PM, após confessar ter matado a mãe e irmã, fato que garantia não ter sido um crime premeditado, Gustavo chegou a pedir aos policiais que o matassem. "Ele pediu pra gente matá-lo, que nós poderíamos fazer isso", recorda o PM Denilson de Oliveira Batista.


* Vizinhos e conhecidos das vítimas e do assassino diziam não acreditar no que estava acontecendo.


Alguns lembravam que Gustavo era tranquilo, que não costumava se envolver em confusões e saía pouco de casa.

 

Proc. nº 039.10.005060-1

Palavras-chave: Acusado Homicídio Consumo Drogas Processo

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