Estelionatários condenados por venda de terrenos inexistentes no Sul de SC

O grupo lesou vítimas do Rio Grande do Sul, especialmente comerciantes, oferecendo os serviços de uma empresa de cobrança

Fonte: TJSC

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A venda de lotes e terrenos não existentes no município de Balneário de Gaivota, no extremo sul de Santa Catarina, levou à condenação de Valério Bratti, Arlindo Joel Cunha, Claudson Kindermann, Euclides Lemos Ferreira, Sérgio Acorde Biff e João Ricardo de Jesus pelo crime de estelionato. Com exceção de Arlindo, João e Sérgio, os demais também receberam pena por formação de quadrilha, na sentença da comarca de Sombrio.


O grupo lesou vítimas do Rio Grande do Sul, especialmente comerciantes, procuradas por Marlene Terezinha Martins Teixeira, que oferecia os serviços de uma empresa de cobrança. Depois desse contato, propunha negócio que envolvia terrenos em loteamentos de Balneário Gaivota, ofertados em troca de cessão de créditos mais determinado valor em dinheiro. Junto com Euclides, Marlene mostrava aos compradores outras terras, em loteamentos existentes, e eles acreditavam estar fazendo um bom negócio.


As escrituras eram assinadas na casa de Valério Bratti, conhecido no município por sua atuação política e por ocupar cargos na administração municipal. Ele ficava com a responsabilidade de encaminhar a documentação, obtida por meio de procurações assinadas por Arlindo, Sérgio e João Ricardo. Todo o registro era feito no Cartório de São Martinho e remetido para os compradores, que acreditavam ter realizado um negócio perfeito e legal.


Ao todo, o grupo comercializou 50 supostos lotes, nos loteamentos Damasco, Village das Palmeiras e Village Sulmar, além de uma área de 100 hectares junto à Lagoa do Sombrio. O processo foi desmembrado em relação a Marlene Terezinha, que não foi encontrada e restou citada por edital. Na sentença, o juiz Luís Paulo Dal Pont Lodetti determinou a remessa de cópia do processo à Corregedoria-Geral da Justiça, para abertura de procedimentos em relação aos cartórios envolvidos, e bloqueio das matrículas dos loteamentos Damasco, Village Sulmar, Village Palmeiras e Lagoa Sombrio, caso formalmente existentes e averbados no Cartório de Registro de Imóveis de Sombrio, até a solução das irregularidades relativas às falsas averbações e mesmo à inexistência física.


Vale o registro, aqui, de que o caso tornou-se praticamente uma lenda na região e, a partir dele, sempre que se passa pela lagoa e se notam acesas as luzes utilizadas pelos pescadores, durante a noite, surgem as piadas de que se trata do 'loteamento da lagoa', que 'os terrenos na primeira onda são mais valorizados', e afins”, observou o magistrado. A maior pena, de 15 anos e três meses de reclusão, foi fixada contra Claudson, responsável por procurações e contratos utilizados na negociação dos lotes e terrenos, que é filho da cartorária de São Martinho/SC.


Por ter mudado de endereço sem comunicá-lo à Justiça, ele não poderá recorrer em liberdade. Valério recebeu condenação a 14 anos e seis meses de prisão; Euclides terá que cumprir 10 anos, e João Ricardo, 8 anos e um mês de prisão. Arlindo e Sérgio receberam penas de 4 anos e 2 anos e três meses, respectivamente.


Autos n. 069.02.004712-4

Palavras-chave: Serviço; Oferecimento; Condenação; Terrenos; Cobrança

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1 Comentários

VALMIR CARLOS ENDRUWEIT comerciario28/09/2011 13:44 Responder

Bom Dia! Sou morador do Balneário Gaivota a 8 anos,natural de Ijuí RS, conheci esta terra maravilhosa em um momento muito triste da minha vida e aos poucos, a vida foi se normalizando e comecei a conhecer as pessoas que faziam deste lugar um lugar abençoado.Vida pacata, pessoas(da região) de bom coração, pescadores maravilhosos que alimentaram minha familia me fornecendo trabalho e sustento, agora sou proprietário de uma casa maravilhosa, em lugar abençoado por Deus, meus filhos foram educados neste lugar e agora estão na faculdade.Escrevo tudo isso para em primeiro lugar agradecer pela hospitalidade de muitos e também daqueles que não concordam com a minha visão de vida e de fazer as coisas . Comentando sobre a reportagem sinto muito que existam pessoas como as que vimos na atitude coverde e abominável de vendas de terrenos inexistentes, pessoas que ludibriam outras que também estão a procura do seu cantinho para ser feliz como eu o fiz.Parabéns pela justiça de Sombrio, que mais uma vez realizou um ótimo trabalho colocando esses marginais na cadeia e que sirva de exemplo para tantos que pretendem agir ilícitamente em nossa terra abençoada.Que Deus proteja o judiciário e que os políticos tomem atitudes firmes como estas como exemplo na vida política do nosso município.Abraço Valmir Carlos Endruweit

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