Estados Unidos apertam restrições à entrada ilegal no país

Imigração brasileira ilegal sofre queda e permanência no país norte-americano aumenta.

Fonte: Rafael Lamberti

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Reprodução: Pixabay.com

O governo de Joe Biden aperta o cerco para imigrantes ilegais nos Estados Unidos. Nova regra pressupõe que estrangeiro pode não ser elegível para concessão de asilo se a entrada no país for irregular. De acordo com o Rafael Lamberti, advogado especialista do escritório SG LAW LLP, que representa os clientes da Morar EUA, a nova medida tem como objetivo controlar a fronteira do país com o México. Biden tem como argumento o eventual fim do chamado "Título 42", norma criada por seu antecessor, Donald Trump, que facilitou, sob justificativas sanitárias, a expulsão de imigrantes, sem a chance de pedir asilo.


Em setembro de 2022, os EUA registraram a detenção de mais de 2 milhões de imigrantes na fronteira com o México em um único ano. O Departamento de Segurança Interna aponta para até 13 mil detenções de imigrantes em situação irregular por dia na fronteira, ante uma média de 8.600 por semana em dezembro.


Por outro lado, enquanto os Estados Unidos enfrentam uma crise humanitária nas fronteiras, a quantidade de cidadãos brasileiros flagrados ao tentar fazer a travessia de forma irregular sofreu enorme queda entre 2021 e 2022. Dados da agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês) apontam que, de janeiro a dezembro do ano passado, mais de 3 milhões de migrantes foram detidos tentando ingressar em território americano sem permissão legal, um aumento de 33% em relação aos 2,7 milhões do ano anterior. Todavia, no recorte por origem das pessoas, os brasileiros apresentaram uma curva inversa -- o número caiu 80,6 mil, em 2021, para 37,4 mil, em 2022.


Outro dado revelado por um levantamento da Polícia Federal é o índice de brasileiros que deixaram o país e não retornaram: em 2022, 17% dos cidadãos que saíram do Brasil não retornaram, em comparação com 7% em 2010, e 5%, em 2019. Os Estados Unidos continua sendo o principal destino dos brasileiros, segundo estimativas do Ministério das Relações Exteriores. Para Roberto Spighel, diretor executivo da Morar EUA, o fluxo migratório de brasileiros para os Estados Unidos de forma legal tem diversas motivações: segurança, perspectiva de futuro, situação econômica do país e planejamento familiar.


A agência de Spighel já atendeu mais de 10 mil famílias que migraram para o país norte-americano. Apenas em 2023, pretende atender mais 3.500. “Com uma assessoria especializada em mudança, inúmeras famílias brasileiras enxergaram nos EUA a oportunidade para mudar de vida, na esperança de criar maiores oportunidades para seus filhos. Com mais de 10 anos de empresa, eu nunca vi um fluxo tão grande de imigrantes brasileiros se planejando para mudar de país. É uma meta cada vez mais real na vida de milhares de pessoas”, acrescenta.


Importante lembrar que um processo legal para obter o green card é mais barato do que o custo de cruzar a fronteira via México, muitos brasileiros desconhecem as possibilidades de visto, que são mais de 185 tipos. “Um imigrante, ou uma família imigrante, estando dentro do perfil de algum visto e bem assessorada no processo imigratório, o potencial de ser aprovado é grande. O mais importante nessa decisão é sempre consultar uma empresa especializada, entender quais as possibilidades legais e caminhos através dos diversos vistos existentes. Inclusive a língua não é uma barreira no processo imigratório”, completa Spighel.


Dados disponibilizados pelo Departamento de Segurança Interna (DHS) revelam que, em 2020, aproximadamente 585 mil imigrantes brasileiros com vistos de turismo ultrapassaram seu período de permanência nos EUA. “O aumento de imigrantes legais, bem como a deportação deles, em 2021, já é um reflexo do fim da pandemia de Covid19. Sem restrições sanitárias, espera-se que esse número possa ser ainda maior. Por isso, na hora de planejar uma mudança, uma viagem turística, ou uma temporada fora, é importante que a documentação seja preenchida de forma honesta e de acordo com os parâmetros da lei. A fiscalização de imigrantes ilegais não vai reduzir só porque é o Biden e não Trump. Quem não arrisca, vive a paz de poder usufruir das delícias que uma mudança proporciona”, destaca o especialista.

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