A sigla ESG (Environmental, Social and Governance) ganhou destaque significativo no âmbito jurídico, refletindo a crescente preocupação do mercado com a sustentabilidade. Tais dimensões têm se tornado cruciais nas análises de riscos e nas estratégias de investimento, colocando os escritórios de advocacia sob forte pressão para se adaptarem a essas demandas.

Em termos quantitativos, dados disponibilizados pelo Conselho Federal da OAB indicam a existência de mais de 1,3 milhão de advogados, o que coloca o Brasil como líder mundial quanto à proporção de profissionais em relação à população, reforçando o potencial dos escritórios jurídicos para implementar práticas alinhadas ao ESG.

As principais iniciativas que podem ser adotadas pelos escritórios de advocacia para se inserirem na pauta são os eixos ambientais, sociais e de governança. Alguns exemplos são a conscientização dos colaboradores sobre consumo de energia e água, bem como a correta gestão de resíduos. A promoção da diversidade e equidade interna, projetos sociais e assistência jurídica a grupos vulneráveis reforçam o compromisso social dos escritórios. O foco é no Compliance e na Estrutura Organizacional: o primeiro estabelece um ambiente de conformidade e canais para relatar condutas antiéticas, enquanto o segundo cria previsibilidade nos papéis de liderança e tomada de decisões, impactando diretamente o ambiente interno.

A implementação de tais práticas permite identificar não apenas um movimento consciente, mas uma estratégia inteligente que pode consolidar a posição dos escritórios de advocacia como líderes não apenas no âmbito legal, mas também como agentes de transformação social e ambiental.

O Mestre em Direito Empresarial e Gestão de Negócios, Sócio Administrador da Mendes Advocacia e Consultoria, Lucca Mendes, enfatiza a importância do ESG para os escritórios de advocacia: "O ESG não é apenas uma tendência, mas um instrumento vital para fortalecer a confiança dos clientes, parceiros e talentos nos escritórios jurídicos modernos", afirma Lucca.

Mendes destaca que, para os escritórios de advocacia, o ESG não é apenas uma evolução, mas sim a própria essência da relevância social da advocacia, alinhada aos princípios da Constituição Federal de 1988. "É crucial entender que o papel do advogado é intrínseco à administração da justiça e ao Estado Democrático de Direito. O ESG direciona a importância social da advocacia de maneira mais específica", acrescenta Lucca.