Encontro apoia penas alternativas à prisão de mulheres por tráfico de drogas

Uma das conclusões aprovadas é que se estenda o indulto. Objetivo é propor a redução das penas relacionadas ao tráfico e uso de drogas para reduzir o tamanho da população carcerária do país

Fonte: CNJ

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A plenária do II Encontro Nacional do Encarceramento Feminino, encerrado nesta última quinta-feira (22/8), em Brasília/DF, manifestou-se favoravelmente à aplicação de penas alternativas à prisão em regime fechado para mulheres presas por tráfico de drogas. Os participantes do encontro promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) endossaram as conclusões do Grupo de Trabalho Tráfico de Entorpecentes e Penas Restritivas de Direito e apoiaram a adoção de penas alternativas para as mulheres usadas como “mulas” pelo narcotráfico ou vítimas da “coação moral irresistível” de maridos e familiares encarcerados para entrar com entorpecentes em unidades prisionais.


Uma das conclusões aprovadas foi uma proposta ao Ministério da Justiça para que o órgão estenda o indulto (extinção da pena) às mulheres condenadas por tráfico privilegiado, ou seja, quando o traficante é réu primário, tem bons antecedentes e não se dedica a atividades criminosas nem integra organizações com esse fim. A plenária do encontro, formada por magistrados, defensores e promotores públicos e membros da Academia e da sociedade civil, também aprovou proposta que pede ao CNJ que incentive o debate nos órgãos do Poder Judiciário sobre a aplicação das alternativas penais à prisão, quando praticado por pequenos traficantes.


Segundo o juiz auxiliar da Presidência do Conselho Douglas de Melo Martins, as propostas se enquadram com a recente mudança na política antidrogas do governo dos Estados Unidos da América (EUA), que propõe a redução das penas relacionadas ao tráfico e uso de drogas para reduzir o tamanho da população carcerária do país. Com 2,2 milhões de pessoas presas, os EUA são o país com maior quantidade de cidadãos encarcerados no planeta.


“O governo americano percebeu que a política chamada Guerra das Drogas não surtiu os resultados pretendidos, ou seja, reduzir a criminalidade: o que aconteceu foi uma superlotação das prisões. No Brasil, caminhamos para o mesmo quadro, em que metade dos presos será composta de sentenciados por crimes relacionados ao tráfico de drogas”, disse o juiz, que foi um dos relatores do Grupo de Trabalho que tratou do tema.


A plenária aprovou ainda uma proposta ao CNJ para que o órgão recomende formalmente aos juízes a proibição das revistas íntimas a mulheres nas visitas a presos. O Grupo de Trabalho concluiu que as revistas íntimas são uma forma de humilhação da mulher e que equipamentos de escaneamento corporal são o meio adequado para evitar a entrada de armas e drogas nas prisões brasileiras.

Palavras-chave: População Carcerária País Mulheres Mulas

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3 Comentários

RAIMUNDO NEY ADVOGADO28/08/2013 10:26 Responder

ÓTIMO ARTIGO. BASTANTE INTERESSANTE A INICIATIVA.

ROBINSON ELVIS KADES DE OLIVEIRA E SILVA advogado28/08/2013 12:51 Responder

DIANTE DO QUE OS NOSSOS POLITICOS FAZEM, LIBERAR O TRAFICO PARA MULHERES NAUM SIGNIFICA NADA

Adherson Negreiros Tejas Servidor Publico28/08/2013 13:12 Responder

Concordo plenamente, as mulheres executam tarefas importantíssimas no lar, como por exemplo, os filhos menores precisam da companhia, do afeto, em fim, da presença e dos cuidados da mãe, bem diferente do pai. Essa medida seria viável principalmente para aquelas que são primárias e de bons antecedentes, com residência fixa comprovada, as que são presas em flagrantes como mulas de traficantes

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