Em vídeo, Marco Feliciano defende projeto da "cura gay" e diz ser "bode expiatório"

Alvo de protestos, deputado afirma que não foi autor da proposta e que homossexualidade não é doença, mas ainda é uma incógnita

Fonte: Estado de São Paulo

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O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP), publicou um vídeo na internet para defender o projeto que ficou conhecido como cura gay, aprovado na semana passada pelo colegiado.


Para Feliciano, a imprensa e o movimento LGBT distorcem a realidade para prejudicá-lo, movidos por um "preconceito religioso". "Na verdade não tem nada de cura gay. Isso é uma mentira forjada por boa parte da imprensa e por ativistas. Isso é uma desonestidade intelectual", afirmou.


Feliciano faz questão de ressaltar na gravação que o projeto não é dele, mas sim do deputado João Campos (PSDB-GO), que também faz parte da bancada evangélica. Ele afirma ainda que homossexualidade não é doença, mas que o projeto devolve aos psicólogos a possibilidade de estudar temas relacionados ao assunto.


"Não existe cura gay, porque homossexualidade não é doença", diz. E continua: "Mas não podemos tolher o direito de um profissional, como um psicólogo, de estudar um assunto que ainda não se colocou nele um ponto final, ainda é uma incógnita, ainda é um fenômeno. E é isso que esse projeto de decreto legislativo prevê".


A proposta, que ainda precisa passar por duas comissões da Câmara antes de ser votada no plenário, suspende dois trechos de resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP), instituídas em 1999. O primeiro trecho anulado é o parágrafo único que diz que "os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades". Ao se referir a essa parte, Feliciano diz que é o Conselho quem fala em cura gay, não o projeto.


O outro artigo sustado determina que "os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica".  Sobre isso, o deputado diz que ninguém pode ser impedido de manifestar a sua opinião.


Para a conselheira do CFP, Cynthia Ciarallo, a retirada do parágrafo da resolução que fala em "cura" indicaria que há uma intenção concreta de que os psicólogos possam colaborar com eventos que propõe o tratamento da homossexualidade, o que hoje é vetado. Sobre o outro trecho, Cynthia diz que o intuito é evitar declarações que reforcem estereótipos e preconceitos.


Manifestações. No vídeo de cerca de 18 minutos, Feliciano diz ainda que foi usado como "bode expiatório" pela imprensa para tirar o foco do descontentamento das pessoas com a situação do País. Segundo o deputado, depois que os jornais pararam de falar dele e começaram a mostrar os problemas do Brasil, as manifestações populares tomaram as ruas.


Feliciano tem sido alvo de protestos desde que assumiu a Comissão de Direitos Humanos, em março. Ele é acusado de fazer declarações racistas e homofóbicas, o que ele nega.  "Eu não sou criminoso, não sou ficha-suja, não estou nessa questão do mensalão, sou apenas um deputado, pai de família e pastor, que foi eleito para estar legitimamente numa comissão", disse no vídeo.

Palavras-chave: Cura Gay Marco Feliciano Homossexualidade Protestos Doença

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5 Comentários

Jader de Souza Santos Junior T?cnico Judici?rio25/06/2013 20:10 Responder

o conselho é quem fala em cura e joga culpa no Feliciano

Andersom Estagi?rio de Direito25/06/2013 23:37 Responder

É muito estranho que a OAB seja contra o direito constitucional dos psicólogos exercerem livremente a sua profissão. Aos advogados: Imaginem um transexual, que tenha conseguido modificar o seu registro civil, passando a usar um nome feminino, e que anos depois, por motivos pessoais, sentimentais, profissionais, ou particulares (não importa), decida voltar a usar o nome masculino, porém, tal desejo lhe seja negado pelo cartório de registro civil de pessoas naturais. Será que se existisse uma resolução da OAB impedindo vocês, advogados, de demandarem em favor deste cidadão vocês achariam justo? E se os advogados não pudessem nem mesmo emitir um parecer jurídico sobre tal mudança de nome? Será que a OAB não estaria vos amordaçando e cerceando vosso direito constitucional do livre exercício profissional? O STF na ADI 4274, garantiu a qualquer cidadão o direito de se manifestar em público sobre o uso de maconha (uma substância entorpecente, alucinógena). Ou seja, um psicólogo pode vir a público defender o uso de uma droga, porém não é possível comentar sobre um comportamento. Que liberdade de expressão é essa?

Plínio Advogado26/06/2013 11:02 Responder

O deputado Feliciano é antes de qualquer coisa uma vítima do preconceito religioso. Tanto que a imprensa, via de regra, o trata por \\\"pastor\\\", mesmo fazendo-lhe críticas pela sua atuação profissional. Isso fica ainda mais claro quando se observa o tratamento que essa mesma imprensa dispensa ao seu opositor da hora, o deputado Jean Wyllys, que é declaradamente gay. Wyllys, que só obteve 13.000 votos e somente se elegeu graças aos votos do deputado Chico Alencar, também do PSOL (240 mil), tem muitíssimo mais espaço na chamada \\\"mídia\\\" do que Feliciano, que foi eleito com nada menos que 212.000 votos e para representar exatamente os evangélicos, já que é filiado ao PSC. O preconceito religioso no Brasil de hoje é infinitamente pior que qualquer outro. E explica a ira infundada contra Feliciano, que não tem nada de preconceituoso contra os gays. Muito menos esse decreto legislativo tem a conotação que lhe atribuem a grande imprensa e certos deputados desinformados.

beatriz souza advogada26/06/2013 11:26 Responder

Realmente o DEPUTADO e PASTOR serviu de bode expiatório. Mas DEUS é justo e mostrou que a vitória é certa de quem nele confia.

Ana médica26/06/2013 19:08 Responder

ELE É DOENTE...PRECISA DE TRATAMENTO....

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