Eleitores mais escolarizados puxam avaliação de Lula para baixo

Mas índice de aprovação ao desempenho do presidente, que está em 65,4%, continua alto, indica pesquisa

Fonte: Agência Estado

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Mas índice de aprovação ao desempenho do presidente, que está em 65,4%, continua alto, indica pesquisa

As taxas de aprovação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao seu governo caíram nos últimos três meses, apesar de a percepção da população sobre a economia ter melhorado, segundo pesquisa divulgada ontem pelo instituto Sensus.

O levantamento, encomendado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), mostra que a avaliação positiva do governo caiu 4,4 pontos porcentuais, de 69,8% no fim de maio para 65,4% no início de setembro. No mesmo período, a aprovação a Lula caiu 4,7 pontos, de 81,5% para 76,8%.

No caso da avaliação do presidente, o resultado foi puxado pelos eleitores mais escolarizados e de maior renda. Entre os que têm curso superior, a parcela que considera o desempenho de Lula ótimo ou bom encolheu nada menos que 16 pontos porcentuais. No outro extremo, entre os eleitores que têm apenas o curso primário, a queda na aprovação foi bem menor - de apenas 3,1 pontos, quase dentro da margem de erro da pesquisa, de três pontos.

A divisão dos entrevistados por faixa de renda mostra que, entre os mais ricos, que ganham mais de 20 salários mínimos, a aprovação ao presidente caiu 10,9 pontos porcentuais, enquanto oscilou negativamente apenas 2,7 pontos entre os mais pobres, que recebem um salário mínimo ou menos.

Na divisão por regiões, o prestígio de Lula permaneceu inalterado no Nordeste e no Norte/Centro-Oeste. Mas sofreu arranhões no Sul e no Sudeste, onde sua taxa de aprovação se reduziu em 11,8 e 8,2 pontos, respectivamente.

HIPÓTESES

O diretor do instituto Sensus, Ricardo Guedes, além de ponderar que o nível de satisfação com o presidente permanece alto, citou três possíveis explicações para o desgaste no período: a gripe suína, a crise no Senado e o episódio que envolveu a ex-secretária da Receita Lina Vieira e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Guedes ressalvou, porém, que a pesquisa não contemplou uma pergunta específica sobre o socorro prestado por Lula ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), na chamada crise dos atos secretos.

A ausência desse dado fez com que o fator Senado fosse visto com cautela por dois cientistas políticos consultados pelo Estado, David Fleischer, da Universidade de Brasília, e Leôncio Martins Rodrigues, professor aposentado da Universidade de Campinas. Para Fleischer, é " improvável" que a crise no Senado tenha afetado a imagem de Lula. Já Leôncio avalia que a explicação é plausível, principalmente ao levar em conta que o desgaste foi maior entre os mais escolarizados - e possivelmente os mais informados sobre as declarações de solidariedade do presidente a Sarney, cuja renúncia foi pedida por líderes da oposição.

No caso da gripe provocada pelo vírus H1N1, há um dado concreto na pesquisa: aumentou a parcela dos entrevistados que consideram que o Brasil tem combatido a epidemia de forma inadequada (de 32,6% para 41,4%). Apenas 1% dos ouvidos pelo Sensus disseram não ter ouvido falar da doença.

Mas a desinformação é grande em relação ao terceiro fator que, na opinião do diretor do instituto, teria desgastado o governo. Apenas 24% afirmaram ter acompanhado notícias sobre a denúncia de Lina de que teria sido pressionada por Dilma para favorecer a família Sarney, alvo de investigação da Receita - a ministra nega. Outros 17,5% disseram ter apenas ouvido falar no caso.

CRISE ECONÔMICA

O grau de apoio ao governo e ao presidente costuma variar segundo as expectativas da população em relação à economia, mas isso não aconteceu no levantamento feito entre 31 de agosto e 4 de setembro.

Nos últimos três meses, a parcela de eleitores que vê o Brasil em processo de saída da crise econômica subiu de 35,9% para 52%. Para 59,6% dos entrevistados, a situação do emprego vai melhorar nos próximos seis meses - no fim de maio, 56,4% faziam essa previsão.

Palavras-chave: lula

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2 Comentários

josé glauco pinheiro machado Delegado de Polícia Civil10/09/2009 20:15 Responder

O povo brasileiro não deve se impressionar com pesquisa. Nós brasileiros temos é que lutar pelo fim da imunidade formal e das prerrogativas dos agentes políticos, que compõem os poderes constituídos. Exigir do Ministério Público que exerça efetivamente as suas atribuições, mormente contra os delinquentes que estão nos poderes constituídos. Exigir dos membros do Poder Legislativo, emendca constitucional, conferindo, desvinculação do poder executivo, autonomia funcional, prerrogativas e demais condições para ás policias federal e civis deste País, bem como criar instrumentos eficazes para processar, julgar e condenar os crimes praticados por agentes políticos. Sem essas medidas, e outras que tenham como desiderato a interrução dos crimes de genocídico, de desvio de verbas públicas, de extorções, etc, é inócuo discutir a respeito de pesquisas, se Lula é melhor ou pior do que José Serra. A propósito no Governo Lula foi dado autorização para a Polícia Federal exercer as suas atribuições também contra os agentes políticos, fato nunca acontecido anteriormente. No governo Lula a situação da economia é a melhor dos últimos 50 anos. Portanto, meus irmão, que tem discernimento, independente de pesquisa, vamos votar certo, para que não retornem os aproveitadores do Poder.

Jairo Lopes desempregado11/09/2009 1:37 Responder

Todo mundo sabe que o principal cabo eleitoral de Lula é o bolsa-família, que nem foi algo original do seu governo, e nem poderia ser. Também todos sabem qual a cadeira que Lula deveria sentar no processo do Mensalão, e não a de mera testemunha. É sabido ainda que o atual sucesso econômico tem como base principal a moeda forte que surgiu com o Plano Real, portanto, qualquer joão que nada mudasse, como ele não mudou, obteria êxito. Finalmente, é igualmente notório que a Polícia Federal continua com seu viés político e que o fiscal da lei só criminaliza a pobreza, sendo Sarney o mais recente exemplo disso. Aliás, ele e Lula se merecem, conforme recente apoio mais do que explícito do segundo ao primeiro. A atual cartilha presidencial reza que os "amigos do poder" estão acima do bem e do mal. Enquanto isso, todo aparato policial e judiciário volta-se para os pobres, conforme denúncia feita pela OAB Federal na recente Carta de Brasília. Que Deus tenha misericórdia de todos nós.

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