Editorial: A OAB e a Lei do Plebiscito

A Ordem dos Advogados do Brasil lançou campanha pela aprovação do anteprojeto de lei elaborado pelo advogado Flávio Konder Comparato pela mudança da lei do plebiscito e do referendo.

Fonte: OAB - Conselho Federal

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Porto Alegre, 22/11/2004 - O editorial "A OAB e a Lei do Plebiscito" foi publicado na edição de hoje (22) do jornal Correio do Povo:

"A Ordem dos Advogados do Brasil lançou campanha pela aprovação do anteprojeto de lei elaborado pelo advogado Flávio Konder Comparato pela mudança da lei do plebiscito e do referendo. Os instrumentos de manifestação da soberania popular, definidos como sufrágio eleitoral, plebiscito, referendo e iniciativa popular legislativa, estão consagrados pela Constituição em seu artigo 14. Entende Comparato que a lei que regulamentou o artigo atribuiu ao Congresso Nacional a iniciativa de realização de plebiscitos e referendos, bloqueando, assim, o que seria, na opinião do advogado que redigiu o anteprojeto de mudança, um equívoco, a iniciativa popular.

No lançamento da campanha, que reuniu presidentes regionais da entidade, representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, do poder Judiciário e grande número de parlamentares, o presidente nacional da OAB, Roberto Busato, lembrou que, desde a época da colonização, o povo brasileiro tem permanecido à margem da vida política nacional, até mesmo em tempos de democracia formal, como hoje. Na ocasião, o ministro do Superior Tribunal de Justiça Humberto de Barros fez duras críticas à concentração de poder nas mãos do Executivo, assegurando que o Brasil caminha para uma situação peculiar, quase ditatorial, de ter apenas dois poderes, pois as leis são produzidas a partir do Executivo, que também determina a investidura de magistrados.

Partindo de uma entidade de tão grande prestígio, como a Ordem dos Advogados do Brasil, que de imediato recebeu importantes apoios, a campanha nacional pela mudança da lei do plebiscito e do referendo no Brasil está destinada a forte repercussão na sociedade, hoje contando, o que não acontecia no passado, com organização pelos seus direitos.

Seria de todo oportuno que os partidos políticos se aliassem à OAB nessa campanha em favor de mais efetiva participação popular nas grandes decisões nacionais, destinadas, como é o caso presente da mudança proposta, ao aperfeiçoamento do próprio regime democrático. Assegurando-se ao povo o direito à iniciativa popular para aprovação de matérias de alta relevância, estaremos corrigindo um equívoco de interpretação quanto ao verdadeiro espírito do legislador, expresso no artigo 14 de nossa Carta Magna".

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1 Comentários

Gerson Luiz Armiliato Advogado23/11/2004 18:18 Responder

Em um momento em que o executivo lança seus tentáculos por toda a sociedade buscando a concentração de poder e o controle da impressa, judiciário, MP e produções audiovisuáis, será imprescindível uma união das entidades de classe e sociedade organizada para aprovar esse projeto.

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