Criados bebês para fornecer células-tronco

Cinco bebês saudáveis foram especialmente projetados para fornecer células-tronco a irmãos que sofrem de doenças graves e não hereditárias.

Fonte: Jornal O Globo

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NOVA YORK. Cinco bebês saudáveis foram especialmente projetados para fornecer células-tronco a irmãos que sofrem de doenças graves e não hereditárias. É a primeira vez que ?irmãos salvadores? são criados para tratar crianças cujos problemas não são genéticos, sustentam os médicos responsáveis pelo trabalho.

O nascimento dos bebês foi possível graças ao diagnóstico genético pré-implantação no útero. A técnica consiste em testar embriões concebidos por fertilização in vitro e selecionar para implantação apenas os que atendem a uma determinada característica. Normalmente, é usada para evitar que crianças nasçam com problemas genéticos hereditários.

O novo estudo foi coordenado por Anver Kuliev, do Instituto de Genética Reprodutiva de Chicago. Ele foi publicado na revista ?Journal of the American Medical Association?. Nos casos apresentados, o objetivo era prover células-tronco para transplante a crianças que sofrem de leucemia e de uma anemia rara chamada Diamond-Blackfan (DBA).

? É um grande passo porque oferece aos doentes uma opção ? afirmou Mohammed Taranissi, do Centro Ginecológico de Reprodução Assistida de Londres, que também participa do estudo, em entrevista à ?New Scientist?. ? Antes disso, a única opção seria buscar na família alguém compatível ou continuar tentando naturalmente ter um bebê capaz de fornecer as células.

Segundo ele, entretanto, ao tentar conceber naturalmente uma criança compatível, a chance do casal ser bem sucedido é de apenas uma em cinco. Com o novo método, as chances são de até 98%.

O uso da tecnologia na criação de bebês projetados para o tratamento de determinada doença, entretanto, é considerado controverso. Um casal inglês participou do estudo foi aos EUA em busca de tratamento depois que a Autoridade de Embriologia e Fertilização Humana da Grã-Bretanha negou autorização para a realização do procedimento.

A autoridade britânica considerou o procedimento ?ilegal e antiético? porque embora o outro filho do casal pudesse se beneficiar, o embrião não teria nenhuma vantagem e, em tese, poderia estar em risco, já que seria manipulado em laboratório.

Equipe criou 199 embriões, 45 deles compatíveis

A técnica, entretanto, foi usada com sucesso nos Estados Unidos para dar, por exemplo, a um casal identificado apenas como Whitaker um bebê capaz de ajudar seu outro filho, Charlie, que sofre de DBA. Kuliev e sua equipe trataram nove casais que tinham filhos que necessitavam de um transplante de medula óssea entre 2002 e 2003. Por meio da fertilização in vitro , 199 embriões foram criados, dos quais aproximadamente um quarto (45 deles) foi selecionado como compatível. Um total de 28 embriões foi transferido para as mulheres, resultando em cinco nascimentos.

? A vantagem é que não se trata de um processo invasivo para a criança doadora porque as células usadas são retiradas do cordão umbilical do bebê ? disse Taranissi.

Em contrapartida, no caso de um irmão já nascido e compatível, as células teriam que ser retiradas da medula.

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