Após sete horas de julgamento, o Tribunal do Júri de Contagem condenou, ontem, 23 de setembro, M.G.M., 27 anos, pela morte de seu namorado, o monitor de esportes W.A.R. A pena, por homicídio triplamente qualificado, foi fixada em 16 anos de reclusão, devendo ser cumprida em regime inicialmente fechado. O júri foi presidido pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que determinou o seu recolhimento à prisão. A magistrada considerou, dentre outros, o fato da acusada, ré confessa, já ter estado foragida, e a necessidade de se cumprir a pena.

Conforme a denúncia, o crime ocorreu em 15 de março de 2003, na região da Várzea das Flores, em Contagem. O casal teria comprado, no dia anterior, diversos artigos, dentre eles, algemas para uma fantasia sexual. Na tarde do dia 15, eles foram para a lagoa com o carro da mãe da vítima, após comprarem bebida alcoólica. No local, os namorados mantiveram relações sexuais e, em seguida M. usou drogas. Ela atingiu o namorado, que estaria algemado, com pedradas na cabeça, passando com o carro sobre o corpo dele. Ainda conforme a acusação, M. temia que o namorado revelasse à sua família que ela era usuária de drogas.

Durante os debates, o promotor Gustavo Fantini ressaltou a gravidade do crime e a conduta perigosa e dissimulada da acusada. Leu trechos de depoimentos da mesma, que apresentavam várias contradições. O advogado contratado pela família da vítima, Silvino Lino, também ressaltou a conduta dissimulada da acusada, que foi mudando os seus depoimentos ao longo das investigações. Por sua vez, o advogado de defesa, Lúcio Adolfo, focou seu discurso nas qualificadoras (motivo torpe, meio cruel, utilização de recurso que impediu a defesa da vítima) buscando afastá-las. Lembrou ainda a condição da acusada - ré confessa, primária e menor de 21 anos à época do fato.