CNBB convoca vigília para julgamento no STF

Conferência convocou o episcopado e todos os fiéis a se reunirem em ?vigília de oração pela vida"

Fonte: Jornal do Brasil

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A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convocou o episcopado e todos os fiéis a se reunirem em “vigília de oração pela vida”, tendo em vista o julgamento, nesta quarta feira (11),  no Supremo Tribunal Federal, da ação (arguição de descumprimento de Preceito fundamental (ADPF 54/2004), que tem por objetivo legalizar o aborto de fetos com “meroanencefalia”, denominados “anencefálicos” — que “não têm em maior ou menor grau, as partes superiores do encéfalo e que erroneamente, têm sido interpretados como não possuindo todo o encéfalo”.


Enquete: Você acha que a mulher grávida de um feto anencéfalo pode escolher se interrompe ou não a gestação? 


A nota da CNBB — assinada por dom Raymundo Damasceno, arcebispo de Aparecida e presidente da CNBB — faz referência a nota anterior na linha de que os princípios da “inviolabilidade do direito à vida”, da “dignidade da pessoa humana” e da promoção do bem de todos, sem qualquer forma de discriminação, (cf. art. 5°, caput; , III e , IV, da Constituição Federal) referem-se também aos fetos anencefálicos.


Polêmica sobre aborto de anencéfalos será julgada pelo STF na quarta-feira


“A vida deve ser acolhida como dom e compromisso, mesmo que seu percurso natural seja, presumivelmente, breve. Há uma enorme diferença ética, moral e espiritual entre a morte natural e a morte provocada. Aplica-se aqui, o mandamento ‘Não matarás’”, conclui a nota.


O STF confirmou para as 9 horas da próxima quarta-feira a sessão extraordinária em que o plenário vai decidir se é ou não constitucional o aborto (“antecipação terapêutica”) de fetos que tenham anencefalia. A ação (ADPF 54) — ajuizada em 2004 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS) — que foi objeto de audiência pública convocada pelo ministro-relator, Marco Aurélio, em 2008.


A CNTS, na petição inicial, defendeu a descriminalização da “antecipação do parto em caso de gravidez de feto anencéfalo” sob a alegação de ofensa à dignidade humana da mãe, que se vê obrigada a carregar no ventre um feto que não sobreviverá depois do parto.


Liminar


Ainda em 2004, o ministro Marco Aurélio concedeu liminar para autorizar o aborto terapêutico de gestantes que assim decidissem, quando a deformidade fosse identificada por meio de laudo médico. Na época, o ministro afirmou que, “diante de uma deformação irreversível do feto, há de se lançar mão dos avanços tecnológicos postos à disposição da humanidade não para simples inserção, no dia-a-dia, de sentimentos mórbidos, mas, justamente, para fazê-los cessar”.


Pouco mais de três meses depois, o plenário do STF decidiu, por maioria de votos, cassar a liminar concedida pelo relator. A discussão, bastante controversa, foi tema de audiência pública no STF, conduzida pelo ministro Marco Aurélio, em 2008, ocasião em que estiveram presentes representantes do governo, especialistas em genética, entidades religiosas e da sociedade civil.


A tendência do STF, tendo em vista a atual composição, é considerar isenta de pena a gestante que fizer aborto quando portadora de feto anencefálico, equiparando a prática às duas exceções já previstas no artigo 128 do Código Penal: “se não há outro meio de salvar a vida da gestante” ou se a gravidez resulta de estupro.


Em abril de 2005, por sete votos a quatro, o plenário do tribunal considerou admissível, em julgamento de questão de ordem, a ação proposta pela CNTS. Ficaram vencidos, então, os ministros Eros Grau, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Carlos Velloso. Destes, apenas Peluso continua no tribunal.


Naquela sessão, pelo menos outros quatro ministros adiantaram seus pontos de vista favoráveis à autorização: Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Celso de Mello e Sepúlveda Pertence (já aposentado).

Palavras-chave: Convite; Julgamento; Vigília; Religião; Bispos; Fiéis; Aborto; Julgamento

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1 Comentários

Zuleica Morais advogada10/04/2012 11:49 Responder

Já está na hora de a Igreja parar de se imiscuir em assuntos seculares. Se se há de pensar na vida, porque não na da mãe que gestará por nove longos meses alguém que não viverá por não possuir o órgão que comanda o corpo? As mulheres grávidas não merecem respeito e cuidado? Seremos apenas e tão somente matrizes de reprodução dominadas pela sociedade? Respeito à sobrevida também é importante!

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