Foi encaminhada hoje à juiza Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira, da 1ª Vara Criminal de Goiânia, denúncia do Ministério Público (MP) contra o carpinteiro aposentado Izaltino José Bastos, 69, acusado de matar seu genro, o pedreiro Milton José Nunes, de 36 anos. O crime aconteceu por volta das 2 horas da madrugada de 26 de outubro do ano passado, no Setor dos Dourados. Dois dias antes, Milton havia esfaqueado a filha do aposentado, Vera Lúcia de Miranda Bastos, com quem vivia há cerca de 9 anos. Abalado com o ocorrido, o aposentado se apresentou espontaneamente à Delegacia Estadual de Homicídios, onde confessou a autoria do homicídio alegando, contudo, que agiu em legítima defesa.

No dia do crime, Vera Lúcia estava internada no Hospital de Urgências de Goiânia e seu pai, ao saber do ocorrido, dirigiu-se à casa da filha e trocou a fechadura da porta, a fim de impedir a entrada do genro, que havia se escondido após esfaquear a moça. De acordo com o MP, ao tentar retornar para casa, o pedreiro não conseguiu abrir a porta e tentou forçar sua entrada pela janela. "Milton, acreditando que era sua amásia quem ocupava a casa, determinou-lhe que abrisse a porta pois não iria passar a noite do lado de fora", relatou a promotoria, acrescentando que em seguida, Izaltino abriu a porta e surpreendeu o genro com 14 facadas, fugindo logo em seguida.

Em seu depoimento à polícia, entretanto, Izaltino negou ter aparecido de surpresa e diz que, na verdade, era Milton quem estava de posse da faca. Contou também que, ao perceber que não era Vera Lúcia que estava em casa, seu genro avançou sobre ele tentando golpeá-lo, momento em que o aposentado conseguiu se apossar da faca, investindo contra a vítima, a fim de se proteger. Ele relatou que, após o ocorrido, saiu do local e se escondeu em um matagal nas proximidades, profundamente abalado com tudo. Izaltino afirmou, ainda, que somente foi para a casa da filha depois de ser informado que ela se submeteria a uma cirurgia porque os pulmões haviam sido atingidos pelas facadas e que Milton, ao perceber que ela não morrera, avisará que voltaria para matá-la. (Patrícia Papini)