Carro de advogada morta seria usado em outro roubo

Agentes da PRF acharam vítima no porta-malas após tiroteio com criminosos

Fonte: G1

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Os dois suspeitos de assaltar a advogada Camila Pereira Souza Coelho, 25 anos, encontrada por policiais rodoviários federais baleada no porta-malas do seu carro, em Mineiros, no sudoeste de Goiás, relevaram à polícia que planejavam cometer outro roubo utilizando o veículo da vítima. A jovem morreu após troca de tiros entre os assaltantes e os agentes.


“Eles não detalharam o que seria, mas afirmaram que a necessidade de colocar ela no porta-malas foi que, caso contrário, ela teria condições de comunicar o roubo à polícia e eles correriam riscos”, relatou o delegado que investiga o caso Júlio César Vargas.


A advogada morreu na madrugada de segunda-feira (17). Ela havia acabado de sair do velório de um tio quando foi abordada por três criminosos. Camila foi colocada dentro do porta-malas e os assaltantes fugiram com ela e o veículo, um Chevrolet Corsa. Na BR-364, policiais rodoviários federais avistaram o carro em alta velocidade.


Segundo a PRF informou à Polícia Civil, ao notarem a presença da polícia, os criminosos efetuaram disparos em direção aos agentes, que revidaram. Camila foi encontrada baleada no porta-malas, depois que os assaltantes abandonaram o carro. Ela foi encaminhada ao hospital, mas não resistiu. A Polícia Civil investiga quem efetuou o disparo que matou a advogada.


Até a manhã desta quarta-feira (19), dois suspeitos foram presos e um segue foragido. Júlio César Vargas afirma que a polícia tem pistas do paradeiro do suspeito, mas não dá detalhes para não prejudicar a investigação. Uma testemunha ouvida pela polícia confirmou a versão da dupla presa de que a intenção deles era roubar um veículo para em seguida cometer outro roubo.


“Uma testemunha disse que um deles teria procurado ela e dito que precisava de um veículo porque planejavam fazer algo grande”, diz o delegado. Ainda segundo a Polícia Civil, a dupla presa confirmou ter utilizado drogas antes do crime. “Comentaram que o uso de drogas é contínuo e rotineiro e que, antes do roubo, usaram maconha e crack”, afirma Vargas.


O delegado afirma que ainda não foi descartada a hipótese de que Camila tenha sido baleada pelos assaltantes, antes de ser colocada no porta-malas. “Existem disparos no veículo e esses, com toda certeza, foram efetuados pela PRF. Agora, a autoria e o momento em que foram efetuados os disparos que vitimaram a Camila, isso só vai ser concluído com o laudo cadavérico e quando for definido o calibre da bala, dentre outras coisas”.


Em depoimento à polícia, os suspeitos negaram que tivessem atirado na vítima. Testemunhas também relataram não terem escutado tiros na região próxima ao cemitério onde a advogada foi abordada. Segundo o delegado, o prazo para que os laudos fiquem prontos é de 15 dias, podendo ser prorrogado por mais 30.


Em nota, a Polícia Rodoviária Federal em Goiás informou que será feita uma perícia no local para saber de onde saiu o tiro que matou a advogada. A nota afirma ainda que a Corregedoria da PRF está acompanhando as investigações para apurar a ação dos policiais na abordagem.


Planos


Após se formar em direito no ano passado, Camila tinha montado um escritório de advocacia para começar a trabalhar. Ela inclusive já havia sido aprovada no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). "Ela tinha acabado de abrir o escritório e estava empolgada com a carreira. Ela sonhava em ser juíza", revela a empresária Simone Resende Peixoto, amiga da vítima.


Simone afirmou que viu a amiga pela última vez no sábado (15). "Ela veio junto com os avós em uma festinha de criança aqui em casa. Como sempre, ela estava muito bonita e bem vestida. Ela também estava muito ansiosa com o escritório que tinha acabado de montar. Queira fazer tudo lá, até limpar", conta.


Para a amiga, o fato de Camila estar sozinha no carro quando foi abordada foi uma "infeliz fatalidade", pois na maioria das vezes ela andava sempre acompanhada.

Palavras-chave: direito público crime de roubo direito penal

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