Com a popularização de compras pela internet e principalmente, os investimentos com promessas de dinheiro fácil, os dados mais recentes do Radar Febraban apontam que mais de 26% das pessoas já caíram em golpes financeiros ou tentativas de fraudes, e esse sistema faz cada vez mais vítimas. O escritório Cardoso & Zaniboni Advogados, que são especializados em crimes financeiros fez um levantamento e relatou receber cerca de 20 pedidos por semana de vítimas que solicitam ajuda por caíram em golpes financeiros.

“Quando a vítima se dá conta de que caiu em algum tipo de golpe, é importante seguir alguns passos com o objetivo não apenas de denunciar a violação, mas para evitar ou amenizar os prejuízos dessa ação. Aqui no escritório chegam vítimas a todo tempo, com perda de 3.000,00 reais até com valores altos em torno de 500.000,00 reais. Os 'donos' desses sistemas estão cada vez mais profissionais. Todo cuidado é pouco”, explica a advogada Dra. Patrícia de Carvalho Zaniboni.

Os golpes que envolvem uma quantia maior de investimento pago pelas vítimas são os golpes das pirâmides financeiras e das criptomoedas. Os advogados listaram um passo a passo de quais as principais ações que as vítimas devem tomar logo que perceberem o “golpe”.

“O primeiro passo é não depositar mais valores. Normalmente os golpistas começam com justificativas, que o dinheiro foi travado por conta do imposto de renda, ou pela receita federal, ou até que a vítima tem que pagar taxas para realizar o saque. Quando esses argumentos forem utilizados pelos golpistas, a vítima tem que imediatamente parar tudo e não depositar mais nenhum valor”, conta o advogado Dr. Marcos Vinicius Silva Cardoso.

Em um segundo passo o advogado fala sobre a importância de resgatar toda a documentação. “Normalmente os golpistas criam um site específico, ou um portal como se fosse um banco (uma instituição financeira), então, o importante é salvar todas as informações ali relevantes como as ofertas que fazem, o pagamento dos rendimentos, o contrato caso tenha sido feito um contrato entre vocês, os recibos de aporte, as conversas com esse terceiro que realizou a prática de captação de recursos, e então salvar todas essas documentações. Assim, fica mais fácil o trabalho de entrar com uma ação específica e poder questionar de forma detalhada todo o processo”.

Um terceiro passo que é de extrema urgência é a vítima solicitar imediatamente o estorno dos valores que foram transferidos para a empresa ou para pessoa física. “Com isso conseguimos ter de fato a intenção registrada e o melhor meio para isso é via whatsapp, ou via e-mail". O Dr. Marcos afirma que com esses três primeiros passos já é possível distribuir uma ação contra esses criminosos.

Por fim, a importância de buscar um escritório de advocacia especializado em causas referentes a pirâmides financeiras, aos criptoativos e ao mercado financeiro é fundamental. O profissional que vai te auxiliar nessa ação ainda vai instruir a vítima se a necessidade de se registrar um boletim de ocorrência. “Podemos estar diante de um crime específico contra o mercado financeiro ou contra a economia popular. Isso é importante porque conseguimos juntar as esferas, tanto criminal quanto cível e juntando essas duas instâncias, pode-se obter um resultado da ação, muito positivo”, enfatiza Dra Patricia.

A busca da vítima por ajuda tem que ser imediata, pois quanto mais quente e recente for o caso, mais chances de se ter sucesso na recuperação de valores.