Biometria facial: o futuro dos pagamentos traz benefícios e preocupações

Nova forma de pagamento promete conveniência e segurança, mas levanta questões sobre privacidade e riscos para os consumidores.

Fonte: Daniel Marques

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Reprodução: Pixabay.com

A forma como as transações financeiras são realizadas está em constante evolução, e a mais recente inovação nesse campo é a implementação da biometria facial como uma forma de pagamento de compras. Essa tecnologia promete trazer maior conveniência e segurança para os consumidores, mas também levanta preocupações em relação à privacidade e ao uso indevido dos dados biométricos.


Daniel Marques, Presidente da AB2L (Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs), explica que a biometria facial é uma das últimas fronteiras da humanidade quando se trata da captura de dados dos seres humanos. "Deve ser utilizada de maneira muito especial e como exceção. No caso específico de seu uso por instituições financeiras, há uma série de benefícios em relação à segurança e prevenção de fraudes. Algoritmos de aprendizado de máquina podem analisar grandes volumes de dados e identificar anomalias que podem indicar atividades fraudulentas, como transações não autorizadas, uso indevido de informações de identificação pessoal e roubo de identidade. Através da biometria facial, há uma autenticação mais segura, com a análise de características únicas do rosto humano".


Existe uma série de riscos quando se trata do armazenamento de dados. No caso de instituições financeiras, elas estão bem preparadas devido às exigências de segurança da informação necessárias para operar. No entanto, os riscos estão sempre presentes, incluindo: armazenamento inadequado de dados biométricos e vazamento de dados; uso indevido dos dados para finalidades não acordadas inicialmente com o cliente; compartilhamento dos dados com terceiros sem permissão dos clientes; falsos positivos ou negativos no reconhecimento facial; discriminação e viés algorítmico.


Aline Valente, Co CEO da Future Law, esclarece que existe a possibilidade de tentativas de falsificação da biometria facial por meio de técnicas avançadas, como impressões 3D ou imagens em alta resolução ou de acesso não autorizado, caso ocorra uma violação de segurança nos sistemas de IA ou nos bancos de dados biométricos. Existem sim possibilidades de falhas no sistema de biometria facial. Para garantir o controle de segurança adequado, podem ser adotadas as seguintes medidas: verificação adicional, limite de risco e melhorias contínuas. 


Existe a possibilidade de ocorrerem falhas no sistema de biometria facial e confusões em casos de pessoas que são gêmeas idênticas ou muito parecidas. Devido à semelhança física entre essas pessoas, os sistemas de reconhecimento facial baseados em inteligência artificial podem enfrentar dificuldades em distinguir entre elas, resultando em falsos positivos ou falsos negativos na autenticação.


"Para lidar com esse desafio, os sistemas de biometria facial geralmente são projetados para levar em consideração outros fatores além das características faciais, a fim de aumentar a precisão e a segurança da autenticação. Isso pode incluir a análise de múltiplos pontos de referência no rosto, como proporções faciais, texturas de pele e até mesmo movimentos oculares. Além disso, os sistemas podem solicitar a realização de ações adicionais, como piscar os olhos ou fazer uma expressão específica, como forma de verificar a autenticidade e reduzir a probabilidade de confusões. Outra abordagem é realizar a autenticação em dois ou mais fatores, onde o reconhecimento facial é apenas uma das etapas, sendo completada por meio do envio de códigos para o celular ou e-mail", reitera o presidente da AB2L.

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