Battisti encaminha carta aos ministros do STF em que declara não ser responsável por homicídios

Com data do dia 25 de fevereiro, a Carta foi endereçada aos 11 ministros que compõem o Supremo e enviada por meio do senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

Fonte: STF

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Carta de autoria do italiano Cesare Battisti foi entregue aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele apresenta explicações quanto aos fatos envolvidos na Extradição (Ext 1085) que tramita na Corte, formulada pelo governo italiano. Battisti foi condenado pela Justiça daquele país em 13 de dezembro de 1988 pelo homicídio de quatro pessoas. Os crimes teriam sido cometidos entre 1977 e 1979.

Com data do dia 25 de fevereiro, a Carta foi endereçada aos 11 ministros que compõem o Supremo e enviada por meio do senador Eduardo Suplicy (PT-SP). A mensagem é considerada por Battisti como a primeira oportunidade que ele tem de ser ouvido plenamente pela Suprema Corte brasileira. Isto porque o italiano alega ter sido impedido de se defender adequadamente nas ocasiões em que foi julgado em seu país.

?Nunca tive a possibilidade, na Itália, de defender-me. Nunca um juiz, ou um policial me fez uma só pergunta sobre os homicídios cometidos pelo grupo ao qual pertencia, os Proletários Armados pelo Comunismo, PAC. Nunca a justiça italiana ouviu meu testemunho?, disse. ?Hoje, trinta anos depois, pela primeira vez na minha vida, tenho a ocasião de explicar-me perante uma justiça, a justiça do Brasil. E creio sinceramente na seriedade e consciência desta justiça?, completou.

Por meio da carta, Battisti disse que contaria a verdade sobre a sua história, além de esclarecer, em detalhes, os episódios relacionados às acusações de quatro homicídios feitas contra ele. O italiano fez menções a sua família, à ação política da época em que era jovem e ao PAC.

Em relação aos crimes, expôs os fatos que vivenciou e outros dos quais foi informado. Disse ter aversão a sangue e observou que, com o passar do tempo, esse sentimento aumenta na vida de um homem. ?E nunca matei e nem quis matar qualquer pessoa?, declarou.

?Não sou responsável por nenhum dos homicídios de que sou acusado, Senhores Ministros. Constantemente fui utilizado no processo como um bode expiatório, por arrependidos?, afirmou. Segundo Battisti, a melhor prova de que sua declaração é verdadeira deve-se a falsos mandatos que, conforme ele, foram comprovados por perícia grafotécnica.

?Espero, Senhores Ministros, que me tenham entendido, apesar do ataque irracional e desmedido de setores muito influentes de um país - a Itália - contra mim. Sobre a minha vida e sobre a minha honra, posso afirmar que lutei sempre contra as ofensas físicas durante a revolta italiana, e que nunca atentei contra a vida das pessoas. Essa é a verdade, que nenhuma prova contrariou?, disse o italiano ao finalizar a carta.

Leia a íntegra da carta

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