Ausência de mulheres na tecnologia se deve a falta de estímulo durante a educação básica

Na visão da documentarista Graziela Mantoanelli, o universo tecnológico é permeado por pessoas que foram incentivadas a pensar criativamente desde a infância.

Fonte: Enviado por Maria Eduarda da Costa Santos

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Reprodução: Pixabay.com

Na visão da documentarista Graziela Mantoanelli, o universo tecnológico é permeado por pessoas que foram incentivadas a pensar criativamente desde a infância. Durante o debate sobre o documentário Cibernéticas, promovido pelo Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) nesta segunda-feira (3/4), a diretora explicou que a ausência feminina na área digital tem raízes na educação básica. “Sempre falam que mulher pode estar em qualquer lugar e tem capacidade de fazer o que quiser, mas, ao longo das entrevistas, fui entendendo o quanto a menina é massacrada durante a escolarização. Não é que não tenhamos mulheres na tecnologia porque elas não conseguem entrar na faculdade, é porque falta estímulo desde o ensino fundamental”, disse Graziela.


O evento foi conduzido pela presidente da Comissão de Inteligência Artificial e Inovação do IAB, Ana Amelia Menna Barreto, e também teve a participação da estudante de Ciência da Computação e fundadora do Instituto Meninas Negras, Isabelle Christina. O filme, que aborda a presença feminina na tecnologia, foi definido por Ana Amelia Menna Barreto como um manifesto pela inclusão de mulheres no mercado, o que impacta diretamente o desenvolvimento social, econômico e cultural. “Cibernéticas apresenta os percursos transitados por garotas poderosas que fazem hoje e fizeram no passado o mundo ficar mais humano por meio da inovação tecnológica. É uma reflexão sobre a presença das mulheres no ecossistema que controla modelos de vida no mundo contemporâneo”, relatou.


A intimidade com a tecnologia começa, segundo Isabelle Christina, na abertura de um olhar para o campo. “Quando falamos em tecnologia, acham que é uma coisa ultra difícil de fazer. Na verdade, precisamos de olhares sensíveis em relação ao mundo para que consigamos usar essa ferramenta para habilitar o que quer que nós entendamos como uma necessidade para a sociedade”. O projeto dirigido pela estudante, que é voltado para pessoas com pouco acesso à informação, busca ligar a comunidade feminina negra ao universo digital, que se apresenta como uma ferramenta de mudança social em constante evolução. “Temos estudos que mostram que até 2030 85% dos trabalhos não vão existir mais da forma como são hoje e muitos outros vão surgir. Quem é que está preparando as pessoas para esse novo cenário? Precisamos desenvolver algumas habilidades com a criatividade, como um ponto primordial, porque estamos vivendo em um futuro incerto”.


A presidente da Comissão de Inteligência Artificial e Inovação também ressaltou que o tema do documentário se relaciona diretamente com a pauta mais recente da Organização das Nações Unidas (ONU) para a proteção feminina. Neste ano, a entidade lançou a campanha Por um mundo digital inclusivo: inovação e tecnologia para a igualdade de gênero, que estabelece medidas para o cuidado e o incentivo da presença feminina na internet. A questão, para Graziela Mantoanelli, atravessa uma das queixas mais comuns de mulheres dentro do mercado de trabalho: “o maior desafio é o mesmo na área do Direito, do Audiovisual e de Finanças. Nós sempre brigamos por equidade salarial e por espaço”, finalizou. 

Palavras-chave: Ausência Mulheres Tecnologia Falta de Estímulo Educação Básica

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