América do Sul monta bloco do Poder Judiciário para atrair investidores
Num momento em que o Brasil recebe a visita de autoridades estrangeiras, cujos países são investidores potenciais, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Edson Vidigal, dá início ao processo de internacionalização do Poder Judiciário nacional.
Num momento em que o Brasil recebe a visita de autoridades estrangeiras, cujos países são investidores potenciais, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Edson Vidigal, dá início ao processo de internacionalização do Poder Judiciário nacional. Para isso, acontecerá nos dias 25 e 26 de novembro, no auditório do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, o I Encontro sobre a Reforma dos Poderes Judiciários na América do Sul.
A idéia é que os dez países sul-americanos ? Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai, Equador, Bolívia, Colômbia, Peru e Venezuela ? possam formar um bloco denominado G-10, para tratar do Judiciário no continente. Por sua vez, pretende-se sinalizar para os investidores estrangeiros que, naquilo que couber ao Poder Judiciário, os contratos serão cumpridos. No entendimento do ministro Vidigal, mostrar para o mundo a "segurança jurídica" é fator crucial para que as empresas decidam aportar na América do Sul.
E duas decisões são dadas como exemplo desse procedimento. A primeira delas foi quando a Corte Especial do STJ decidiu sobre o índice de reajuste das tarifas de telefonia fixa. Os contratos de concessão firmados entre a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e as empresas controladoras das companhias telefônicas indexavam as tarifas ao IGP-DI apurado pela Fundação Getúlio Vargas.
Num primeiro momento, juízes de primeiro grau acharam que a cesta tarifária seria corrigida pelo IPCA. A decisão final do STJ foi pelo cumprimento dos contratos. Com isso, manteve-se o reajuste concedido pela Anatel. Porém, para que o percentual não tivesse um maior impacto no bolso dos consumidores, a diferença apurada entre o IGP-DI e o IPCA foi parcelada. Além disso, no acordo, as empresas abriram mão da cobrança do dinheiro que deixou de receber em função de a tarifa até então em vigor ser menor do que se aplicasse o índice estabelecido no contrato.
A segunda decisão emblemática foi justamente a que trata de conceder passagens de ônibus interestaduais para cidadãos com mais de 60 anos. O presidente do STJ decidiu que no cenário atual, sem que as empresas de ônibus tivessem uma contrapartida, tal precedente não deveria vigorar. Era necessário que o Governo, por meio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), buscasse compensar os prejuízos às empresas com a gratuidade da passagem.
O evento, que conta com o apoio do Itamaraty, tem as inscrições abertas a partir deste instante. Como o auditório do MRE comporta pouco mais de 200 pessoas, é preciso que o interessado clique aqui para confirmar a participação do seminário. No endereço eletrônico, estão as informações sobre o I Encontro sobre a Reforma do Poder Judiciário.
Visitas estrangeiras
A diplomacia brasileira está recebendo neste mês diversas autoridades estrangeiras. Na última semana, passou por Brasília o presidente da China, Hu Jintao, que trouxe na caravana um grupo de investidores daquele país. Esta semana estará no Brasil o presidente da Coreia do Sul, Roh Mao-Hyun. O vice-chanceler e ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Joschka Fischer, passará por Brasília na semana seguinte.
Além disso, até o fim deste mês visitarão o Brasil o primeiro-ministro do Canadá, Paul Martin, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o rei de Marrocos, Mohammed VI. O Itamaraty confirmou no calendário de eventos a visita do presidente do Paquistão, Pervez Musharraf.
Roberto Cordeiro
Alfredo Leôncio Dias Neto advogado17/11/2004 11:18
Pura falácia. E o caso do AI da PGU que dando provimento ao mesmo de imediato acolheu Ação Rescisória e julgou a Apadeco parte ilegítima para a ação de devolução dos depósitos compulsórios sobre combustíveis no Paraná. Feito do instável ministro Gilmar Mendes. Que segurança jurídica se tem em um Pa´´is cujo presidente toma dinheiro emprestado compulsoriamente de seus cidadãos com a promessa de devolver dois anos depois e após alguns destes seguida de longa batalha judicial e 16 anos depois conseguir reaver seu dinheiro (pagando advogado para tal) é surpreendido pela notícia de que: quem não recebeu não receberá mais e quem recebeu terá que devolver. Calote puro. Imoralidade indescritível. Os outr5os países tem que saber disso ou nossa Suprema Corte, o STF, se redimir e rever sua absurda e imoral decisão, pois empréstimo não é tributo e qualquer jejuno em direito sabe disso.
Shirley Lopes Galvão advogada17/11/2004 14:08
Fato concreto: não adianta assegurar as cláusulas contratuais, se o Judiciário é moroso e leva décadas para solucinar os conflitos. É preciso deixar de tentar reformar o Judiciário, que tem uma estrutura totalmente obsoleta e REINVENT-A-LO, ter idéias totalmente inovadoras, fazer perguntas diferentes das convencionais. Quem sabe se os representantes do Judiciário começarem a ler sobre engenharia de empresa, transição, James Martin, a focar a miséria dos indíviduos que dependem de suas decisões, consigam eficiência e, consequentemente, atrair os investidores.