Ação foi "invasiva", dizem advogados dos ex-diretores do PanAmericano

Advogados criticaram o fato de os policiais terem usado uniformes pretos na operação, o que assustou alguns moradores e até mesmo funcionários de um dos edifícios

Fonte: Folha Online

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Os advogados dos ex-diretores do banco PanAmericano consideraram "invasiva" e "desnecessária" a operação de busca e apreensão realizada ontem nas residências dos executivos que comandaram até novembro a instituição financeira.


Adriano Salles Vanni, que representa um dos ex-diretores, afirma que seu cliente poderia colaborar sem haver a necessidade de busca e apreensão. "O caso está na mídia há dias. Essa ação foi desnecessária."


Celso Vilardi, um dos advogados de Rafael Palladino, ex-presidente do banco, disse que o cliente foi "cooperativo" com os policiais federais que fizeram a apreensão de documentos na residência dele, na capital paulista.


Vilardi disse que Palladino "entregou tudo o que foi solicitado". Mas afirmou que "nada do que foi apreendido é relevante para a investigação, já que todos os documentos referentes ao banco estão no banco".


A Folha apurou que, na residência de um dos ex-diretores, os policiais pularam o muro e tentaram arrombar a garagem do prédio, segundo moradores e vizinhos.


HOMENS DE PRETO


Advogados também criticaram o fato de os policiais terem usado uniformes pretos na operação, o que assustou alguns moradores e até mesmo funcionários de um dos edifícios.


Um deles acionou a Polícia Militar, que enviou ao local quatro veículos policiais para verificar se os "homens de preto" eram assaltantes.


Além de recolher computadores pessoais e documentos dos executivos, a Polícia Federal também apreendeu passaportes. O objetivo é impedir que os envolvidos no caso deixem o país. Celulares, inclusive de familiares, foram levados.


A advogada Sônia Ráo, que representa Wilson Roberto de Aro, ex-diretor financeiro do banco, não quis comentar o assunto.


Eduardo de Ávila Pinto Coelho, ex-diretor de tecnologia da informação, não foi localizado ontem.

 

O CRIME

 


 Após análise da documentação produzida pelo Banco Central, a PF decidiu pelas buscas e apreensões nas casas dos principais ex-diretores da instituição financeira.

 
O objetivo é encontrar indícios dos crimes financeiros apontados pela autoridade monetária que levem ao rastreamento do rombo e do dinheiro supostamente desviado do banco.


Os principais crimes investigados são gestão fraudulenta, indução de investidor em erro, inserção de elemento falso em demonstrativos contábeis, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. As penas somadas podem chegar a 37 anos de cadeia.


O Grupo Silvio Santos, principal acionista do PanAmericano, precisou colocar R$ 2,5 bilhões no banco para cobrir um prejuízo causado por uma fraude contábil.


O BC descobriu que o banco vendeu carteiras de crédito para outras instituições financeiras, mas continuou contabilizando esses recursos como parte do seu patrimônio. O problema foi detectado há poucos meses e houve uma negociação para evitar a quebra da instituição, já que o rombo era bilionário.


A quebra só foi evitada após o Grupo Silvio Santos assumir integralmente a responsabilidade pelo problema e oferecer os seus bens para conseguir um empréstimo nesse valor junto ao FGC (Fundo Garantidor de Créditos).


O jornal também procurou os representantes legais dos outros envolvidos no caso, mas não conseguiu localizá-los ou não obteve retorno.

Palavras-chave: Advogados; PanAmericano; Ex-diretores; Fraude

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