América do Sul /Latina
Por Gisele Leite
O contexto político e
ideológico da América do Sul, particularmente, a América Latina foi consolidada
nos anos 1980, quando a democracia conheceu alguma eficiência e, mesmo nos
primeiros anos do século XXI. Vivenciamos uma alternância de poder de forma
pacífica e certa estabilização econômica, ocorrendo até a redução das
desigualdades.
Mas, infelizmente, também se
registram retrocessos. Na Argentina, o ultraliberal Javier Milei fora eleito
para presidente e, sem ter o mais amplo apoio esperado, o presidente não tem
programa esclarecido nem equipe definida e tampouco experiência sobre as
questões concretas de seu governo.
No México, o atual presidente
alterou a dinâmica política. A democracia mexicana enfrenta sérios problemas
com perigo de desmoronar. Principalmente em face do poder de instituições como
a Suprema Corte de Justiça e o Instituto Nacional Eleitoral que ganharam
jactância e prestígio neste século, com o fim de um regime dominado por um
único partido, o Partido Revolucionário Institucional (PRI).
No Chile, vivencia-se um
impasse político. Diante de grandes protestos que abalaram o Chile ao final de
2019, conhecidos como estallido social, mostraram um povo politizado, e,
os partidos políticos chilenos estão tentando se reconectar com a sociedade,
mas ainda não estabeleceram conexões estáveis. Dessa forma, ora o país tende à
esquerda e, ora à direita, perfazendo um zigue-zague infinito. Enfim, os
políticos chilenos demonstram clara incapacidade de liderança.
Lembremos que a partir de
meados dos anos oitenta e, com fim das ditaduras na América Latina, a Queda do
Muro de Berlim em 1989 e, ainda, a dissolução da União Soviética, o mundo
vivenciou um novo florescimento democrático.
E, o otimismo chamado de “terceira
onda da democracia” começou a desaparecer justamente em meados dos anos 2000.
Afinal, a globalização não favorece a todos, deixando boa partes do povo, mesmo
nos países mais desenvolvidos, ao relento. Há um clima adverso e, com isso,
deu-se o fortalecimento de movimentos antidemocráticos em todo mundo, na Europa
e, nas Américas.
Venezuela vivencia emergências
e incertezas segundo a historiadora e professora Margarida López Maya que
destacou desde 2016, a ONU reconhece que a Venezuela vive uma emergência
humanitária complexa e, sua crise multicausal traz efeitos devastadores.
Para a América Latina, falta
de confiança na política do governo, seguido de instabilidade econômica e
corrupção que são os três principais problemas da região. Observa-se,
igualmente, o elevado percentual de 67,4% da falta de confiança na política do
governo.
No Brasil, falta de confiança
na política econômica e instabilidade política receberam o mesmo percentual cerca
de 66,7%, seguido de infraestrutura inadequada e aumento da desigualdade de
renda.
A América Latina é uma região
do continente americano que reúne nações onde são falados, principalmente, os
idiomas românicos, isto é, derivados do latim. Os idiomas que predominam nessa
região são, a saber: espanhol, o português e o francês, uma vez que essa região
foi dominada por impérios coloniais europeus espanhol e português.
Com a exceção de Cuba, que é
declaradamente socialista desde que Fidel Castro assumiu o poder em 1959, quase
todos os demais países latino-americanos se declaram democracias e economias de
mercado, por mais que seja nítida a existência de ditaduras políticas e graus
de estatização e, ainda, a intervenção governamental tão grande que tornam
algumas nações incompatíveis com a denominação de “capitalistas”.