O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Vantuil Abdala, propôs aos representantes das Indústrias Nucleares do Brasil S.A. (INB), antiga Nuclebrás, e ao sindicato dos trabalhadores um acordo, com reajuste de 7,9%, o compromisso da estatal para a implantação do plano de cargos e salários até julho de 2005 e o pagamento dos dias parados. A entidade sindical convocará assembléia para decidir se aceita ou não a proposta.

O presidente do TST, que coordenou ontem a audiência de conciliação entre as partes, prosseguirá com a reunião na próxima segunda-feira, dia 27, com início às 16h, caso não haja acordo.

Em atendimento parcial ao pedido de liminar feito pela INB, em processo de abusividade de greve que corre junto com o dissídio coletivo, o ministro determinou também o funcionamento das atividades mínimas da empresa, com o retorno ao trabalho, a partir de zero hora de hoje (23), do pessoal que consta da lista elaborada de comum acordo entre a direção da INB e o sindicato. Se os empregados não retornarem ao trabalho será aplicada multa de R$ 10 mil, por dia, ao sindicato. O ministro levou em consideração a natureza das atividades da empresa, de caráter essencial, cuja paralisação poderia resultar em graves repercussões.

A principal reivindicação dos trabalhadores é de implantação do plano de cargos e salários (PCS). A empresa alega que, como a folha de pagamento é paga pelo Tesouro Nacional, o PCS depende da anuência do governo federal. De acordo com estimativa da INB, o PCS representaria acréscimo de R$ 12 milhões a R$ 13 milhões na folha de pagamento anual, hoje de R$ 60 milhões. A proposta de 7,9% de reajuste feita pelo presidente do TST segue os termos do acordo já firmado pela INB com o Sindicato dos engenheiros no Estado do Rio de Janeiro.