Vaccari diz que tem apoio para seguir na tesouraria e que conhece Youssef

Durante seu depoimento à CPI da Petrobras, Vaccari disse que ainda tem apoio interno para continuar no cargo e negou as acusações de corrupção. Ele ainda confirmou conhecer o doleiro Alberto Youssef, delator no processo da Lava Jato.

Fonte: Folha de São Paulo

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Alvo de pedidos de setores do PT para que deixe o comando da tesouraria do partido por conta das acusações de envolvimento com o esquema de corrupção da Petrobras, João Vaccari Neto afirmou nesta quinta-feira (9), durante seu depoimento à CPI da Petrobras, que ainda tem apoio interno para continuar no cargo e negou as acusações de corrupção. Ele ainda confirmou conhecer o doleiro Alberto Youssef, delator no processo da Lava Jato.

Ele disse que não tinha relação próxima com o doleiro e que esteve uma única vez na empresa dele. Segundo o petista, permaneceu por menos de quatro minutos no prédio porque o doleiro não estava.

"Estive uma única vez [na empresa], na qual ele convidou. Fui e ele não estava e fui embora."

Sobre acusação feita por Youssef, de que repassou R$ 400 mil a uma cunhada de Vaccari, o tesoureiro não entrou em detalhes e afirmou manter com ela, Marice Corrêa Lima, uma relação "estritamente familiar".

Beneficiado por um habeas corpus obtido no STF (Supremo Tribunal Federal) que o desobriga a produzir provas contra si próprio, Vaccari disse que as delações premiadas que o acusam de envolvimento com o esquema não são verdadeiras.

Ele negou ter tratado de doações ao partido com o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e com o ex-gerente Pedro Barusco. Segundo Barusco, a Diretoria de Serviços intermediava pagamento de propinas das empresas ao PT, que eram repassadas a Vaccari.

O tesoureiro negou a existência dessa sistemática de corrupção, embora tenha admitido conhecer Duque e Barusco.

"Eu vou reafirmar que quando fui prestar depoimento na Polícia Federal, que nosso relacionamento [com Renato Duque] era amistoso e social. Não digo que sou plenamente amigo porque nunca fui à casa dele, nunca o visitei."

Ele também desconversou quando questionado que desejava participar de uma acareação com Barusco. "Não tenho determinantes sobre essa questão. Não depende da minha vontade", afirmou.

Vaccari negou que tenha tratado com o delator na Operação Lava Jato Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, sobre assuntos financeiros do PT. "Estive com ele uma vez num jantar, quando fomos apresentados. Foi por volta de 2010 e foi a única vez que estive com ele e nunca mais tive nenhum contato."

Vaccari admitiu encontros com representantes de empresas para pedir doações ao PT, mas afirmou que se tratavam de visitas institucionais feitas por sua condição de tesoureiro e que resultaram em doações legais, por transação bancária.

"É usual que o secretário de finanças do Partido dos Trabalhadores faça visitas institucionais à empresa na busca de recursos", declarou, ao ser questionado sobre o caso específico da Galvão Engenharia.

Sobre sua permanência na tesouraria do PT, afirmou que este é um "debate que deve ser feito no diretório nacional".

"Ao diretório nacional, até o dia de hoje, não foi apresentada nenhuma proposta para que eu deixe a Secretaria de Finanças. Até o dia de hoje, a avaliação que eu tenho é que tenho apoio do diretório para permanecer na Secretaria de Finanças. É um debate que deve ser feito no diretório nacional, na presença de todos", disse Vaccari.

Segundo a Folha apurou, ex-presidente Lula está entre os que defendem o afastamento imediato de Vaccari e tem dito a aliados que, se permanecer no cargo, o tesoureiro não consegue nem se defender nem ajudar o partido.

O ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro é outro petista que já defendeu que Vaccari não pedir seu afastamento do cargo, o comando nacional do partido deve fazê-lo preventivamente.

O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), criticou correligionários que pedem a saída do tesoureiro e disse que há um movimento que se transformou em " verdadeira obsessão" para tentar "criminalizar as finanças do partido".

Palavras-chave: Petrobras Lava-Jato CPI Corrupção

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