A CAS (Corte Arbitral do Esporte) divulgou nesta sexta-feira o laudo final com a fundamentação da decisão tomada no caso de doping de Cesar Cielo e outros três nadadores brasileiros em maio.

Tribunal responsável pelo julgamento em última instância, a CAS explica que decidiu pela advertência a Cielo, Nicholas dos Santos e Henrique Barbosa --Vinicius Waked foi suspenso por um ano por ser reincidente-- porque se convenceu que o diurético furosemida encontrado nos atletas não teve objetivo de melhorar o desempenho ou mascarar outra substância.

O laudo também mostra que a CAS manteve a advertência dada anteriormente aos nadadores pela CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) com base na culpa atribuída à farmácia Anna Terra, de Santa Bárbara d'Oeste, cidade natal de Cielo.

"A farmácia que preparou as pílulas de cafeína admitiu que no mesmo dia ela também preparou, para outros clientes, diversas receitas médicas para o tratamento de doenças cardíacas e que continham furosemida", diz o laudo.

Há uma semana, em contato com a Folha, a farmácia acusada de ter contaminado as cápsulas de cafeína consumida por Cielo e seus companheiros de equipe afirmou que não foi consultada pela CAS antes do julgamento.

"Nunca fomos consultados para apresentar nossa versão", disse a advogada da farmácia, Rosely Pozzi, que refutou a contaminação cruzada, tese usada pela defesa de Cielo e aceita no tribunal.

"A Anna Terra não é responsável por qualquer ato ou conduta que redundou no resultado positivo do exame antidoping a que o nadador se submeteu em maio", disse, em nota, a advogada.