Três partidos pedem afastamento de Sarney, mas presidente diz que saída não está em análise

A declaração de Sarney foi divulgada no fim da tarde, depois que as bancadas de três partidos - DEM, PSDB e PDT.

Fonte: Agência Senado

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O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), informou nesta terça-feira (30), por meio de sua assessoria de imprensa, que a possibilidade de afastar-se da presidência da Casa "sequer está em análise". Sarney disse ainda que, diferente do que foi publicado pela imprensa, não está recebendo qualquer pressão familiar para deixar a Presidência do Senado e que, de qualquer forma, a decisão seria dele e não da família ou de outras pessoas.

A declaração de Sarney foi divulgada no fim da tarde, depois que as bancadas de três partidos - DEM, PSDB e PDT - pediram o seu afastamento do cargo enquanto estiverem sendo realizadas investigações sobre supostas irregularidades administrativas na Casa. Já o PMDB e o PTB confirmaram o apoio a Sarney.

O PT, por sua vez, decidiu, após reunir a bancada ao final do dia, que anunciará sua posição apenas nesta quarta-feira (1º de julho), após encontro com Sarney.

No fim da manhã, o PSOL já havia protocolado no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar representação contra Sarney e o ex-presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).

No Plenário após reunião da bancada, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), anunciou que o partido defende o licenciamento do presidente durante as investigações das irregularidades administrativas.

- Não peço a renúncia, mas sim que Sarney se afaste pelo tempo necessário às investigações - disse Arthur Virgílio.

Por entender que está difícil enfrentar as bases partidárias com as acusações de irregularidades que pesam sobre a instituição, o Democratas decidiu por consenso, em reunião da bancada pela manhã, pedir a Sarney que se afaste da Presidência para assegurar completa isenção nas investigações que estão sendo conduzidas por comissões de sindicância, Ministério Público, Tribunal de Contas da União e Polícia Federal.

O líder do PDT, senador Osmar Dias (PR), também anunciou em Plenário que a bancada de seu partido decidiu recomendar que Sarney se licencie do cargo. Ele afirmou que não se trata de um prejulgamento de Sarney.

- O que estamos fazendo é pedir que, ao se licenciar, ele permita uma investigação livre de qualquer influência e um julgamento isento - disse.

Já o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) leu em Plenário nota na qual o PMDB reitera o apoio ao presidente José Sarney. Ao comentar o pedido, feito por DEM, PDT e PSDB, de que Sarney se licencie do cargo durante as investigações, Raupp afirmou que o afastamento seria um "prejulgamento".

- Por que não se inverte isso? Em vez do afastamento, que se dê 60 dias para que Sarney prove sua inocência - argumentou Raupp.

A nota do PTB em favor da permanência de Sarney e dos demais integrantes da Mesa foi lida no Plenário à noite pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR). De acordo com a nota, sob a presidência de Sarney, a Mesa vem realizando esforços para tornar mais transparente a estrutura do Senado.

Palavras-chave: Sarney

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