Senadores cobram decisão do Supremo sobre Ficha Limpa

O STF precisa tomar uma posição definitiva quanto à validade da Lei da Ficha Limpa nas eleições de outubro, dando ao eleitor tranquilidade para escolher seus candidatos.

Fonte: Agência Senado

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O Supremo Tribunal Federal (STF) precisa tomar uma posição definitiva quanto à validade da Lei da Ficha Limpa nas eleições de outubro, dando ao eleitor tranquilidade para escolher seus candidatos. A preocupação é comum aos senadores que comentaram a suspensão do julgamento do tema pelo Supremo.


Frente ao empate em 5 votos a 5 no julgamento de recurso contra decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que impede Joaquim Roriz de concorrer ao governo do Distrito Federal com base na Lei da Ficha Limpa, o Supremo decidiu adiar a decisão sobre o assunto.


Para o senador Valter Pereira (PMDB-MS), a situação é de "perplexidade" e confunde o eleitor quanto à possibilidade de escolha de candidatos que, embora impugnados pelo TSE, continuam fazendo campanha à espera de uma decisão do STF.


Na avaliação de Valter Pereira, não há como o Supremo fugir à responsabilidade de tomar uma decisão.


- O Supremo vai ter de encontrar uma solução, pois a situação de perplexidade que se criou traz grande insegurança para a sociedade, que quer conhecer as regras e as normas para estas eleições - observou o parlamentar, em entrevista à Agência Senado.


Também o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) considerou extremamente importante que o Supremo se posicione sobre a validade ou não da Ficha Limpa para o pleito de outubro.


- O que eu realmente não consigo entender é porque, depois de uma reunião de tantas horas, não se decidiu nada - disse Dornelles, em entrevista à Rádio Senado, referindo-se às 11 horas de duração da sessão do Supremo na quinta-feira (23).


Ao comentar o assunto, Pedro Simon (PMDB-RS) disse esperar que o STF adote definitivamente como vencedora a tese defendida pelo Tribunal Superior Eleitoral de que a lei deve ser aplicada nestas eleições. Ele elogiou, no entanto, a decisão do presidente do STF, ministro Cezar Peluso, de não usar a prerrogativa de presidente da Corte para votar uma segunda vez - e desempatar a votação -, mesmo tendo votado contra a Ficha Limpa.


No entanto, ele ponderou que a decisão do Supremo deve ser tomada o mais breve possível.


- Se a decisão for antes da diplomação dos eleitos, fica mais fácil encaminhar uma solução. Se for depois, o Supremo vai ter que decidir o que fazer - pontuou Simon.


Jurista vê decisão


O jurista Dalmo Dallari considera que houve uma decisão do Supremo, a favor da Lei da Ficha Limpa. Segundo ele, para que o Supremo acolhesse a alegação do recurso de Roriz de que a lei é inconstitucional, seria necessário uma decisão por maioria absoluta de votos. Como houve empate, a decisão foi no sentido de manter a lei em vigor. Dallari acredita, inclusive, que Cezar Peluso deverá fazer a proclamação formal do resultado nos próximos dias.


- Ele não pode mudar a decisão do tribunal, a decisão foi essa: não houve maioria absoluta para declarar que a lei é inconstitucional - disse ele em entrevista à Rádio Senado.


Nova eleição


Segundo o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral e especialista em Direito Eleitoral Valter Costa Porto, caso a decisão do Supremo validando a Ficha Limpa para estas eleições ocorra depois do pleito e seja necessária a impugnação de candidato eleito para o cargo de governador, a Lei Eleitoral prevê nova votação.

Palavras-chave: Lei Ficha Limpa Decisão Senadores Eleições

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2 Comentários

eneas cesar bari publicitario- protetico28/09/2010 16:17 Responder

Obrigado Dr Dallari. Alias, foi argumento de um dos ministros presentes á votação, se não me engano , ministro Ayres Britto. Ouvi(e vi) , o ministro Cesar Peluso afirmar que não era culpa do STf, haver uma cadeira vaga -fato este que mudaria ou poderia mudar o resultado- e o ministro Marco Aurelio, comentando o tempo do verbo utlizado na redação final do \\\"ficha limpa\\\", vindo do congresso. Cabe aqui a pergunta. Quem deixou a cadeira vaga? Quem não deu a devida atenção ao texto, deixando margem a outras interpretações. Penso que o congresso ,uma casa possivelmente recheada de doutores, deixou passar em branco um texto defeituoso.

JOAO NOVAIS SEVIDOR PÚBLICO28/09/2010 19:02 Responder

O STF tem que correr contra o tempo, desde a proclamação da república, para cobrir o monte de asneira, pra não dizer aquele palavrão que é deselegante, de todo o tipo de leis erradas que nosso congresso tem feito. Erros grosseiros, fazem leis erradas, e ficam na espera de alguém sofrer danos por este motivo, daí vai aos tribunais, alegado a inconstitucionalidade do referido ato, pra ser julgada, em no mínimo 5 anos. Só daí dizer se vale ou não, ou o que se aproveita do aludido, daí quem acaba fazendo as nossas leis na verdade são o judiciário, não as fazendo apenas valer e cumprir, os tais, mais quase que os elaborando. E isto por puro desleixo do Congresso Nacional. Esses três poderes distinto, ta virando piada, temos que lembra nossos legisladores, que no Brasil existe um livrinho com 250 antigos denominado constituição da republica federativa do Brasil-CRFB, a estes agrupados mais 94 artigos dos atos das disposições constitucionais transitórias-ADCT, que não podem serem contrariados , e se contrariar não é valido, qualquer que sejam, leis ou decretos qualquer ato administrativo. Daí também quero saber dos ministros do STE, Cadê o regimento interno do STF pra dar solução ao problema? Será que não existe ou é ineficiente? Com a palavra o Sr presidente do STF, e que seja entes do dia 03/10/2010. Quero fazer valer meu voto, não voto nulo e nem pra ser anulado. Obr.

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