A pediatria do Hospital Universitário Júlio Müller vai receber R$ 20 mil em medicamentos como resultado de acordo em uma ação judicial envolvendo de um lado o Ministério Público do Trabalho e, de outro, uma distribuidora de remédios de Cuiabá.

Na ação, iniciada em março deste ano na 4ª Vara do Trabalho da Capital, o MPT informou que os empregados da distribuidora eram submetidos rotineiramente a revistas íntimas, além de terem bolsas, sacolas e outros pertences inspecionados ao entrarem e saírem do setor de manipulação.

Ainda em março, a juíza Graziele Cabral Braga de Lima deferiu liminar proibindo a empresa de realizar revistas em seus empregados, ainda que com o consentimento deles, bem como o de fazer o exame dos armários, bolsas e demais objetos pessoais.

No início deste mês, a magistrada homologou acordo apresentado pelo Ministério Público e pela empresa. Nele, a distribuidora de medicamentos se compromete a pagar o valor de R$ 20 mil em remédios. O montante será pago em quatro parcelas de R$ 5 mil, sendo que o hospital deverá escolher, por meio de uma lista fornecida pela distribuidora, os medicamentos de maior necessidade da unidade.

Após essa escolha, a empresa terá o prazo de 20 dias para providenciar a entrega diretamente no hospital. Os medicamentos escolhidos no primeiro mês serão os mesmos entregues nos meses subseqüentes.

O acordo prevê ainda que a distribuidora não poderá realizar as revistas íntimas. No entanto, a magistrada ressaltou que a distribuidora "poderá utilizar-se, de forma legal e sem a existência de qualquer abuso, de aparelho detector de metais a fim de garantir a segurança da empresa e dos próprios funcionários".

Processo nº 00340.2008.004.23.00-6