Reconhecida legitimidade de gari em processo contra Boris Casoy e Bandeirantes

A apelação teve como relator o juiz convocado Flávio Teixeira de Oliveira.

Fonte: TJPB

Comentários: (0)




A 4ª Câmara Cível do TJ da Paraíba deu provimento, por unanimidade, ao recurso de apelação interposto pelo agente de limpeza Francinaldo Oliveira dos Santos contra a sentença do Juízo da 2ª Vara Cível da comarca de Campina Grande. Com esta decisão, ao contrário de outros julgamentos já publicados pelo Espaço Vital, a Câmara afastou a ilegitimidade do apelante, determinando o retorno dos autos à vara de origem para o seguimento do processo. A apelação teve como relator o juiz convocado Flávio Teixeira de Oliveira.

No dia 31 de dezembro de 2009, o ?Jornal da Band?, da TV Bandeirantes, veiculou mensagens de feliz ano novo emitidas por dois garis. Não percebendo que o microfone estava ligado, o apresentador Boris Casoy fez comentário polêmico contra a categoria de trabalho dos garis: ? que merda... dois lixeiros desejando felicidades... do alto de suas vassouras...dois lixeiros...o mais baixo da escala do trabalho?.

O agente de limpeza Francinaldo Oliveira dos Santos, da cidade de Campina Grande, indignado com o comentário, decidiu mover ação de indenização por danos morais, alegando que o comentário ?causou-lhe afronta à honra, constrangimentos, tristezas e humilhações, inclusive, que teria atingido também seus familiares?.

De acordo com o relatório, o juiz que prolatou a sentença reconheceu a ilegitimidade ativa do requerente, extinguindo o feito, ?ao argumento de que a presente demanda trata de direito coletivo, assim sendo, o demandante é parte ilegítima para postular direitos coletivos?.

Inconformado com a decisão, o apelante interpôs recurso, sustentando que ?é parte legítima e que embora a pretensão deduzida no caso em tela possa beneficiar todos os garis do país, isto não implica em óbice a que o mesmo busque, individualmente, um direito fundamental?.

No voto, o relator salienta a pretensão autoral se relaciona também com um direito coletivo, "mas eleva-se antes de tudo a um direito subjetivo individual, consistente na dignidade da pessoa humana e nos valores sociais do trabalho, ambos esculpidos como garantia constitucional, consoante o artigo 1º, incisos III e IV da Constituição Federal?.

Diisse, ainda, que ?a valorização do trabalho humano, sobre a qual é fundada a ordem econômica, tem o fim de assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, conforme a regra do artigo 170, da Carta Magna. Assim, como titular desses direitos, o autor pode e deve postular suas legítimas Pretensões sem a necessidade de aguardar pacificamente que outros legitimados o façam?.

Palavras-chave: legitimidade

Deixe o seu comentário. Participe!

noticias/reconhecida-legitimidade-de-gari-em-processo-contra-boris-casoy-e-bandeirantes

0 Comentários

Conheça os produtos da Jurid