Promotoria volta a intimar Paulo Maluf a depor

Paulo Maluf (PP) será intimado a prestar depoimento ao Ministério Público de São Paulo, no próximo dia 15, para dar explicações sobre a movimentação ilegal de milhões de dólares no exterior.

Fonte: Folha de S.Paulo

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Paulo Maluf (PP) será intimado a prestar depoimento ao Ministério Público de São Paulo, no próximo dia 15, para dar explicações sobre a movimentação ilegal de milhões de dólares no exterior. A notificação, assinada ontem, ainda não foi entregue ao ex-prefeito.

Maluf, que diz não possuir contas bancárias fora do Brasil, disse ontem que, "se for intimado dentro da lei, irá comparecer". O ex-prefeito diz ser vítima de perseguição política --ele é pré-candidato na disputa pela Prefeitura de São Paulo neste ano.

Em menos de um mês, essa é a segunda tentativa da Promotoria da Cidadania de ouvir o ex-prefeito, que é investigado por suposta lavagem de dinheiro, improbidade administrativa, corrupção e evasão de divisas.

A primeira convocação foi suspensa por uma liminar concedida pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) a advogados de Maluf. Anteontem, essa liminar foi cassada pelos seis magistrados do pleno do tribunal --o que abriu a possibilidade de uma nova notificação.

O depoimento do dia 15 será baseado na documentação enviada pela Suíça sobre contas não declaradas da família Maluf.

De acordo com os papéis, entre 1993 e 1997, o ex-prefeito e seus familiares eram beneficiários de contas na Suíça. Uma assinatura igual à de Maluf foi encontrada em uma ficha de abertura de conta no Citibank de Genebra, em 5 de julho de 1985, em nome da empresa Blue Diamond. Extratos revelam a movimentação de US$ 200 milhões em um único dia. Os valores, segundo a Suíça, foram transferidos para o paraíso fiscal da ilha de Jersey.

É principalmente sobre essa movimentação que a Promotoria quer ouvir Maluf. Durante o depoimento, deverá ser colhida a assinatura do ex-prefeito para análise grafotécnica.

Obras

Maluf deverá ser confrontado ainda com uma série de depoimentos prestados à Promotoria, nos quais ele é acusado de suposto crime de corrupção.

De acordo com esses depoimentos, Maluf teria se beneficiado da cobrança de propina e do superfaturamento de serviços durante a construção do túnel Ayrton Senna e do complexo Roberto Marinho (antiga avenida Água Espraiada) --obras realizadas durante sua gestão na prefeitura (1993 a 1996).

Para o Ministério Público, foi justamente o desvio de dinheiro em obras públicas que alimentou as contas da família Maluf no exterior. O ex-prefeito será questionado sobre o relacionamento dele com as empresas Camargo Correa, Mendes Júnior, Enterpa e CBPO.

Após Maluf ser ouvido pelos promotores Sílvio Marques e Sérgio Turra Sobrane, será a vez de os familiares serem intimados. Ainda não há data definida. Pela legislação brasileira, quem não comparecer pode ser conduzido de forma coercitiva.

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