Aproximam-se as eleições para presidência e diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), previstas para novembro desse ano. Nessa disputa acredito que não precisamos de qualquer polarização ou animosidade. Todos os candidatos são de alto nível e grandes advogados, o que propicia um debate mais qualificado sobre propostas para a OAB. Creio que as mudanças devam começar pela forma das campanhas, estamos na era digital, não há necessidade de caravanas, folhetos e outras forma tradicional de campanha. Quando falamos em modernizar, não podemos nos valer de velhas práticas.

Falando de conteúdo das propostas, infelizmente a atual gestão da OAB Paulista não se mostrou capaz de cumprir os compromisso que assumiu e deixou muito a desejar. Muito provavelmente todos nós passamos os últimos anos sem sequer ouvir falar de alguma atuação relevante da OAB/SP. Se a atual gestão não foi satisfatória, creio que devemos buscar outras alternativas. E para isso alguns candidatos de oposição vem apresentando suas credenciais. A situação contará com muitas candidaturas de oposição para dividir os votos, armadilha que os oposicionistas devem evitar se quiserem ter êxito.

Acho que definir uma pauta comum de oposição pode ser um primeiro passo para, quem sabe, uma unificação de candidaturas futuramente. Penso que projetos pessoais devem ficar em segundo plano, em busca de uma pauta que seja benéfica para a futura gestão.

Propostas que espero sejam convergentes abrangem:

1-) 50% da chapa de mulheres

2-) Representação LGBQIA+

3-) Digitalização total de todos os procedimentos da Seccional, eliminando-se formulários, processos administrativos e outros documentos em papel e que inclusive demandam a presença física do requerente na sede da OAB;

4-) Como busca de paridade de gêneros, eventuais indicados pela OAB para Tribunais serão preferencialmente mulheres, buscando minimizar o desequilíbrio atualmente existente;

5-) Implementação de uma gestão empresarial na OAB, com SLAs, políticas de Compliance e Governança. 

A digitalização e a implementação de uma gestão empresarial deverão trazer ganho de eficiência e produtividade tendo como consequência uma redução de custos, através de venda de ativos ou de devolução de locações desnecessárias.Sabemos da importância de valorização do advogado (sobretudo do jovem advogado) e da importância fundamental do respeito às prerrogativas, essas são pautas mais do que comuns, creio que podemos ir um pouco além com os temas acima colocados.

Entendo também os projetos pessoais de cada candidato, mas podemos nos esforçar por encontrar pontos comuns, reduzir o número de candidaturas e contar com melhores condições no pleito. De minha parte, as conversas estão abertas.       

Francisco Gomes Junior, advogado sócio da OGF Advogados, formado pela PUC-SP, pós-graduado em Direito de Telecomunicações pela UNB e Processo Civil pela GV Law – Fundação Getúlio Vargas. Foi Presidente da Comissão de Ética Empresarial e da Comissão de Direito Empresarial na OAB.