O árbitro de futebol Edílson Pereira de Carvalho e o empresário Nagib Fayad foram presos na manhã deste sábado pela Polícia Federal, em cumprimento a um decreto de prisão temporária expedido pela juíza Antonia Brasilina de Paula Farah, da 2ª Vara Criminal de Jacareí (SP). Eles participariam de um esquema montado para manipular resultados de partidas dos Campeonato Brasileiro, de modo a lucrar com apostas em sites ilegais.

A revista Veja desta semana informou que o grupo é formado por empresários e donos de bingos da capital paulista e de Piracicaba (SP). Segundo a Veja, os placares seriam acertados com o árbitro, e o grupo lucrava em apostas feitas por meio de sites de jogos. Carvalho teria vendido os resultados de algumas das 25 partidas que apitou desde janeiro deste ano.

Outros árbitros de futebol e auxiliares (bandeirinhas) também estão sendo investidados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Segundo o Gaeco, o grupo teria lucrado com as fraudes mais de 1 milhão de reais nos últimos seis meses.

Os dois devem ficar presos por pelo menos cinco dias (prazo que pode ser extendido por outros cinco) na sede da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, onde estão presos o ex-prefeito Paulo Maluf e seu filho Flávio. Carvalho, preso em sua casa em Jacareí sem oferecer resistência, foi recebido na PF pelo delegado Protógenes Queiroz, responsável pelas investigações que levaram à prisão dos Maluf.

O esquema vinha sendo investigado pela PF e pelo MPF (Ministério Público Federal), e aponta para crimes de estelionato, especulação, crime contra a economia popular e falsidade ideológica. Paulo José Danelon, ligado à Federação Paulista de Futebol, é acusado de fazer parte da quadrilha e está sendo investigado.