Pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela Escola de Direito de São Paulo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) indica que o índice de confiança na Justiça avançou 3,5% no quarto trimestre de 2009, em relação ao terceiro, registrando 5,8 pontos, numa escala de 0 a 10.

No terceiro trimestre de 2009, o índice foi de 5,6 pontos, calculado a partir de dois subíndices: percepção, que avaliou a qualidade do serviço prestado pela Justiça; e comportamento, que avaliou se a população recorre ao Judiciário para solucionar determinados problemas. O subíndice de percepção leva peso 7 e o de comportamento, peso 3.

Segundo a pesquisa, o desempenho foi puxado pelo subíndice de comportamento, que registrou uma evolução de 3,8% no mesmo período, passando de 7,8 para 8,1 pontos. Já o subíndice de percepção manteve-se no mesmo patamar: 4,7 pontos no período.

Entre as regiões metropolitanas analisadas, Porto Alegre voltou a ter o maior índice de confiança, 6 pontos, o que representa uma alta de 5,2% em relação ao índice registrado no período anterior na capital gaúcha (5,7 pontos).

O menor índice foi registrado em Recife, 5,6 pontos, mas mesmo assim com uma alta de 5% na comparação com o registrado no terceiro trimestre (5,4 pontos). Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e Salvador apresentaram índice de confiança na Justiça de 5,8 pontos e São Paulo, 5,7.

Segundo Luciana Gross Cunha, professora da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas e coordenadora da pesquisa, o que se verificou no quarto trimestre foi um aumento das diferenças entre as capitais nordestinas, Recife e Salvador, das demais regiões metropolitanas do país.

"Os dados referentes a essas cidades mostram um maior ceticismo em relação à eficácia do Judiciário, nitidamente relacionadas com a reclamação de que os custos de acesso ao Judiciário são muito altos."

A pesquisa ouviu 1.588 pessoas em sete regiões metropolitanas do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Brasília e Porto Alegre).