SÃO PAULO - A polícia prendeu um pedreiro que atuava como advogado em São Paulo. A.G.S., de 45 anos, foi preso no Fórum Regional de São Miguel Paulista, na Zona Leste da capital, nesta terça-feira. Funcionários da Sala dos Advogados do Fórum desconfiaram do suposto advogado que utilizava computadores e fazia pesquisas no local, e chamaram a polícia. Ao ser questionado, o pedreiro afirmou que era assessor de um advogado, por quem se fazia passar. O falso advogado, que tem antecedentes criminais por estelionato, foi autuado em flagrante por exercício ilegal da profissão e estelionato.

Segundo a polícia, não é a primeira vez que o pedreiro comparecia à Sala dos Advogados do Fórum de São Miguel Paulista, onde utilizava os equipamentos de informática do local e outros serviços. Para ter acesso à sala, ele preenchia o caderno de controle de acesso aos computadores, que são privativos de advogados registrados na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Na terça-feira, após permanecer várias horas na sala, despertou novamente a desconfiança de funcionários, mesmo tendo assinado um nome e colocado um número de registro da OAB verdadeiros. Um dos funcionários chamou o representante da Comissão de Direitos e Prerrogativas da Seccional da OAB/São Miguel Paulista, que solicitou a presença da Polícia Militar. Ao ser questionado pelos policiais, o pedreiro explicou que, apesar de não ser advogado, era assessor jurídico de um advogado que atua na Baixada Santista. Ao se apresentar, ele exibia um cartão de assessor jurídico.

Conduzido ao plantão do 63º DP, o pedreiro e "assessor jurídico" nas horas livres foi autuado em flagrante pelos crimes de exercício ilegal da profissão e estelionato. O delegado plantonista determinou coleta de material grafotécnico do pedreiro para ser comparado com a escrita que ele deixou no livro de controle de acesso à Sala dos Advogados.

Segundo os policiais, A.G.S. tem uma extensa ficha criminal, a maioria dos registros por estelionato. O advogado da Baixada Santista, por quem o pedreiro se fazia passar, vai ser intimado a prestar depoimento e esclarecer se tinha autorizado o uso de seu nome e registro na OAB pelo pedreiro.