O presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da Bahia, Dinailton Oliveira, avaliou hoje (27) a tentativa de mudança no prazo para alterações na legislação eleitoral ? que se encerra no próximo dia 30, conforme o artigo 16 da Constituição - como ?uma verdadeira imoralidade?. Ele considerou essa tentativa puro casuísmo e crescentou: ?imaginava que o Brasil já tivesse virado essa página, mas foi um ledo engano, pois essa tentativa mostra que continua a imoralidade de se querer mudar as regras do jogo a cada eleição?.

Para o presidente da OAB-BA, é um absurdo que essa discussão, levantada no Congresso a partir de projetos do senador Tasso Jereissati e deputado Ney Lopes, seja trazida à baila ?num momento em que o Congresso já combalido nas suas entranhas e posicionamentos duvidosos no campo de vista moral como é o caso, só pioram as coisas?.

Mas Dinailton Oliviera disse ter a esperança de que o povo brasileiro, principalmente sua juventude, venha a barrar iniciativas casuísticas como a que pretende mudar os prazos eleitorais e outras. ?Neste momento, quero ainda acreditar que os movimentos sociais e a juventude brasileira - que se levantaram contra a ditadura militar, que se levantaram pelas eleições Diretas-já e pelo impeachment de Collor -, espero que ela se levantem também contra todos esses casuísmos e todos esses absurdos que acontecem em nosso País?.

O presidente da OAB da Bahia disse ainda que não entende como o Congresso nacional, "mesmo desmoralizado perante a opinião pública, tenha a coragem de querer mudar as regras do jogo para prevalecer, tão-somente, o casuísmo a cada eleição". E concluiou: "Isso o povo não vai agüentar mais,nós vamos fazer todo tipo de manifestação, para que possamos ter reinando a paz social no País; nós não vamos trazer a paz e harmonia política se, a cada instante, vamos ter leis para beneficiar quem está no poder".